IMG_5898eu1Nove meses depois de encerrar a participação no programa The Voice Brasil, Marcos Lessa ainda colhe os frutos da boa exposição midiática. A agenda ficou mais concorrida, o assédio, os convites e o cachê cresceram. Outro destes frutos é o disco Entre o mar e o sertão, que será apresentado hoje e amanhã no Teatro Via Sul. Mesclando as canções do disco com outras que já marcam sua curta trajetória, as apresentações vão contar com as participações especiais de Fausto Nilo e Lucy Alves no dia 10, e Aparecida Silvino no dia 11.

Depois de lançar trabalhos independentes e de pouca repercussão, Entre o mar e o sertão é o primeiro disco do cantor e compositor cearense com pretensões mais ambiciosas. Uma delas é a de apagar o carimbo de sambista imposto pela participação (de sucesso) no programa The Voice cantando O morro não tem vez. “Passei um tempo para criar uma ideia e tirar a ideia de que sou sambista, apesar de adorar samba. Nesse disco quis um jeito de me lançar como um cantor de música popular brasileira, não só de samba”, explica por telefone.

Para chegar a essa ideia, Lessa contou com o apoio de algumas pessoas. Uma delas foi o músico Eduardo Holanda, responsável pelos violões, guitarras e arranjos em Entre o mar e o sertão. “Foi a primeiro violonista com quem eu toquei profissionalmente. Ele conhece todas as minhas músicas, até as que eu não sei tocar. Por isso, o disco está a minha cara e a dele”, diz o cantor que fez questão de trazer apenas músicos cearenses para seu disco. Nessa seleção entraram ainda Carlinhos Patriolino, Tito Freitas, Thiago Almeida e Miqueias dos Santos, entre outros. “A gente quer chegar lá no eixo, no programa da Fátima (Bernardes), com o nome e o som cearense”, explica o cantor que ainda escolheu “O que eu queria”, de David Duarte, como primeira música de trabalho.

Apresentados pelo ator Edmilson Filho, protagonista de Cine Holliúdy, outro nome fundamental para o projeto foi o de Raimundo Fagner. “Ele não esteve tão presente na gravação, mas esteve na concepção. O disco tem a mão dele em alguns momentos bem pontuais”, explica Marcos Lessa que ainda dividiu com o veterano os vocais de Contrassenso. O sucesso de Milton Carlos estava previsto para o disco Raimundo Fagner e Zeca Baleiro, mas acabou excluída do repertório. Também foi sugestão do compositor de Canteiros a retirada da faixa Retalhos de cetim (Benito di Paula) e o nome para a faixa Poesia flor, composição de Lessa.

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Outro presente que Marcos Lessa ganhou para Entre o mar e o sertão foi a canção que dá nome ao disco. Composta por Evaldo Gouveia, a composição chegou depois de uma ajuda do destino. Depois de ver Lessa no The Voice, Evaldo lembrou uma parceria com e Paulo César Pinheiro que ficaria bem na voz do estreante, mas não sabia como chegar até ele. O acaso entrou durante um voo, quando Evaldo começou a puxar assunto com a pessoa estava ao lado e disse ter gostado muito da voz daquele “menino do chapeuzinho”. A pessoa ao lado era o pai de um grande amigo de Marcos Lessa.

Outra história que o cantor conta empolgado foi o fato de ter dado uma canja no Blue Note Jazz Club, templo sagrado dos amantes do jazz, em Nova York. O convite para participar do show da banda Brazil Live foi mais uma obra do acaso, intermediada pelo amigo de um amigo. “Depois fui chamado por um dos produtores para cantar em outra casa, por que já não tinha pauta no Blue Note”, comemora antes de revelar o sonho de gravar um disco somente com canções de Frank Sinatra (1915 – 1998). E reforça que é um sonho que se mistura a outros vários planos que vem traçando.

Serviço
Marcos Lessa – Entre o mar e o sertão
Quando: quarta (10) e quinta (11), às 21h
Onde: Teatro Via Sul (Av. Washington Soares, 4335 – Água Fria)
Quanto: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia)
Outras informações: 3052.8027 ou 3224.0453

About the Author

Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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