Box Djavan_tampa final_FINAL> Uma das preocupações de Djavan sobre o relançamento de sua obra foi que ela viesse embalada de forma elegante. “Procurei fazer uma caixa com lay out bonito, para que as pessoas vissem como um objeto que considerasse importante”, explica.

> Das três maiores intérpretes brasileiras das décadas de 1970 e 80, apenas Elis Regina não gravou oficialmente uma canção de Djavan. “Não houve tempo. Quando ela morreu, eu não era muito conhecido. Nem a conheci. É provável que, se tivéssemos tido chance, fizéssemos algo”, lamenta. Elis até cantou Samba dobrado no Festival de Montreux, mas o autor só soube quando o show foi lançado em num disco póstumo.

> A noção de popularidade para Djavan é relativa. “Sou um artista que tenho um sucesso popular grande, mas não sou popular”, avalia argumentando que os quatro milhões de seguidores nas redes sociais parecem pouco diante da população brasileira. “Mas esse público cresce a cada dia. Eu recebo mensagem de católicos, evangélicos, pagodeiros, roqueiros”.

> Diante da grande exposição que a música lhe reconhece, Djavan comenta que prefere ficar recluso sempre que pode. “A exposição pública já é muito grande, por isso tem que medir. Eu fico a vida inteira mais dizendo não do que sim”, adianta.

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> “Essa seleção foi uma coisa louca”, revela Djavan sobre as duas coletâneas de raridades incluídas no box. Algumas das faixas ele até já havia esquecido, como Depois do Natal, pescada do songbook de João Donato, e Carinhoso, esta do songbook de Braguinha. “Foi num tempo em que eu gravava e nem ouvia”, explica.

> Um erro na edição da coletânea Raridades Nacional causou uma troca nas faixas do disco. Nem todas as faixas que estão impressas na capa, correspondem ao que será ouvido no disco. É o caso da belíssima Sorriso de luz, de Gilson Peranzzetta e Nelson Wellington lançada em 1996, no disco Fonte das canções. Embora esteja creditada no encarte, ela não foi incluída na compilação. A Sony Music já está preparando uma segunda edição do box para corrigir a falha.

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> No entanto, esta mesma coletânea reserva uma grande surpresa para os fãs de Djavan. Trata-se de Aboio blues, um lamento negro que soa irrepreensível na voz do alagoano. Dividindo as palmas com a gaita mágica de Flávio Guimarães, este blues foi composto por um desconhecido André Luiz. A faixa é indescritivelmente bela.

> O encarte incluído no box Obra completa valoriza e muito o produto. Todos os discos vêm acompanhados de um texto escrito pelo próprios Djavan com curiosidades sobre a gravação. Com impressões sinceras, o livro de muitas páginas vem ainda com imagens raras, fichas técnicas e as letras das canções.

> Esta é a primeira vez que o álbum de estreia de Djavan é lançado em CD com sua capa original. Nos anos 1990, A voz, o violão, a música de Djavan foi lançado com a ordem original das faixas, mas com capa e título diferentes. Este mesmo disco, inclusive, foi relançado em LP em 2010, com toda a arte original.

> Qualquer seleção de raridades incluídas nesse box seria insuficiente diante de tantas participações que Djavan fez em projetos alheios. Muitas delas, inclusive viraram verdadeiras raridades lançadas antes mesmo dele gravar o primeiro disco. Contratado da Som Livre para cantar em trilhas de novela, foi com ele, por exemplo, o tema de abertura da primeira e censurada versão de Roque Santeiro.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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