Caldi_Luna_Krieger_02 (1)Uma semana depois de Carmen Miranda, outro ícone da música brasileira ganha homenagem na Caixa Cultural. O nome escolhido desta vez é Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, o Gonzaguinha, referência da música popular brasileira, do romance ao protesto, revelado em meio ao turbilhão criativo dos anos 1970. O cantor e compositor, que completaria 70 anos no próximo dia 22 de setembro, terá seus principais sucessos e alguns lados B remodelados e interpretados no espetáculo Gonzaguinha, tudo outra vez, em cartaz de hoje, 7, a domingo, 9.

Os responsáveis pela homenagem são representantes de um novo cenário da música instrumental e vocal brasileira. Carioca Marcelo Caldi joga em todas as posições, da composição aos arranjos. Cantor, sanfoneiro e pianista, sua obra vai do choro ao forró e já rendeu vários discos. Um desses lançamentos é Forró e Choro Vol. 1, parceria com Fábio Luna, que também vem a Fortaleza. Percussionista e flautista por excelência ele já gravou ao lado de grandes nomes nacionais, além de manter uma carreira solo em paralelo. O terceiro nome da homenagem é Edu Krieger, um dos compositores mais requisitados da nova geração que já conta com músicas gravadas por Ana Carolina, Maria Rita, Roberta Sá e outros. O grupo se completa com a participação do baterista Fabiano Salek, membro do grupo Sururu na Roda.

Outra participação especial em Gonzaguinha, tudo outra vez é de Daniel Gonzaga, filho do homenageado. Cantor e compositor com 19 anos de carreira e sete discos gravados, o carioca de 40 anos não nega a paternidade quando começa a cantar. Com o mesmo timbre forte e melancólico de Gonzaguinha, Daniel já evidenciou essa herança musical quando lançou o tributo Comportamento geral em 2008, somente com composições do pai. Paralelo ao próprio trabalho como compositor, ainda pouco reconhecido nacionalmente, Daniel também é um dos responsáveis pelo espólio do autor de Explode coração e está à frente de uma homenagens previstas para esse ano. Uma das que já está confirmada é um disco de voz e violão do cantor cearense Marcos Lessa, que será gravado ainda este mês.

Para Marcelo Caldi, se envolver nas celebrações de 70 anos de Gonzaguinha é uma homenagem justa e necessária. “É difícil resumir a obra de um compositor em apenas um show. Mas, colocamos desde o samba, até as mais regionais, o flerte com o pop, o protesto e as ultra românticas, que, para alguns, chega a beirar o brega”, resume o músico destacando que essa pluralidade sonora foi uma marca positiva do trabalho de Gonzaguinha. Filho de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, criado no morro carioca de São Carlos, ele se apropriava dos estilos do momento, como a discoteca, sem perder o olhar sobre o bolero ou os ritmos nordestinos. “São muitos estilos musicais. Ele tinha um amplo domínio de melodia”, acrescenta Caldi.

Enquanto Gonzaguinha gravava com grandes orquestras e bandas pilotadas por maestros como Jota Moraes e Gilson Peranzzetta, em Gonzaguinha, tudo outra vez os três cabeças do projeto se revezam entre sanfona, piano, percussão, voz e outros instrumentos. “Aí eu posso te garantir que vai ter muito colorido. Tentamos fazer arranjos vocais bem próximos do original”, comenta Caldi, revelando que o encerramento fica com as dançantes O preto que satisfaz e A felicidade bate à sua porta.

Show Gonzaguinha, tudo outra vez
Quando: hoje, 7, e sábado, 8, às 20h; domingo, 9, às 19h
Onde: Caixa Cultural (Av. Pessoa Anta, 287 – Praia de Iracema)
Quanto: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Telefone: 3453 2770

About the Author

Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

View All Articles