O fortalezense de 56 anos já conhecia a importância do samba como muitos brasileiros conhecem. No entanto, há 15 ou 20 anos, ele morou no Rio de Janeiro e teve oportunidade de se tornar mais íntimo do ritmo mais brasileiro. Acompanhado de Luiz Melodia, Rogério subiu o morro do Estácio, conhecido como “o berço do samba”, e viu de perto o impacto que a batucada provoca nas pessoas. Chegou a ser convidado para uma festa com a nata dos compositores da comunidade. Com muita música, comida e bebida, a comemoração só acabou três dias depois.
Trabalho que já vinha sendo arquitetado na cabeça do compositor, Para o meu amor cantar começou a tomar forma há um ano e meio ou dois. “O desafio era fazer um trabalho de samba sem perder a continuidade do que eu vinha fazendo”, comenta Rogério, que até já gravou samba, mas nunca havia dedicado um disco inteiro ao estilo. Quando decidiu que era a hora, reuniu alguns amigos na empreitada. A base sonora foi feita ao lado do virtuose das cordas Carlinhos Patriolino e de Thiago Almeida, um dos melhores pianistas cearenses da atualidade. Em seguida, juntaram-se nomes como Hoto Jr, Manassés, Adelson Viana, Mimi Rocha e outros.
Mais novo 14 anos que o irmão Ednardo, autor do Pavão Mysteriozo, Rogério nasceu em ambiente musical, presenciou saraus do Pessoal do Ceará e integrou o time do álbum Massafeira. Sozinho ou ao lado do irmão Régis, gravou cinco álbuns, participou de projetos especiais e fez muito show no Brasil e no exterior. Com o novo capítulo escrito em Para o meu amor cantar, ele precisou frear a produção de sambas que começou a vir em grande volume. “Ficaram muitas coisas de fora. Mas, é bom por que a seleção (do disco) ficou com uma liga muito legal”, avalia o cantor que agora planeja registrar o novo show em DVD. “O samba é um signo agregador. Ele reúne pessoas simples com outras sofisticadas. Até quem não gosta, tá ali batendo o pé”, aponta.