Ana-LarousseAo se despedir da adolescência, a curitibana Ana Larousse decidiu conhecer o mundo. Aproveitou uma grana guardada, arrumou as malas e se mandou para a Europa. O resultado dessa aventura particular foi um encanto especial por Paris. Não é de surpreender que a Cidade Luz cause impacto em seus visitantes. Mas, com ela, foi algo tão forte que logo veio a decisão de ficar por lá de vez. A oportunidade veio com um curso de Artes do Espetáculo.

Mesmo morando em um dos cenários mais lindos do mundo, nem tudo foram flores para Ana Larousse. Depois de um tempo estudando e trabalhando como babá, garçonete e outros empregos temporários, ela começou a sentir a rebordosa da saudade de casa e dos amigos. Foi assim que nasceu o disco Tudo Começou Aqui. Criado a partir de espaços vazios, o álbum lançado em 2013 chega hoje a Fortaleza.

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A primeira turnê nordestina de Ana Larousse começa pelo Ceará e segue por mais cinco cidades – Maceió, Recife, Joäo Pessoa, Natal e Salvador. Acompanhada apenas do próprio violão, a cantora e compositora de 30 anos apresenta versões ainda mais intimistas do primogênito, adianta as canções segundo disco – previsto para o início do próximo ano – e apresenta canções que permanecem num baú à espera de serem apresentadas ao público.

“Deixa só eu pegar meu cigarrinho ali”, pede licença a artista, antes de conversar sobre a turnê que se inicia às 20h com show no pub At Home.”Vai ser uma despedida, nesse formato, do primeiro disco. Voz e violão é algo que eu gosto muito de fazer. Sempre eu faço show longo, que chega a duas horas. Se o contratante não mandar interromper, posso ficar enquanto o público estiver gostando”, adianta.

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Ana Larousse é da mesma turma que gerou a Banda Mais Bonita da Cidade e Leo Fressato. Com este último, autor de Oração, ela mantém uma íntima relação artística. E foi justamente por conta deste megahit curitibano que ela decidiu voltar de vez para o Brasil e se instalar em São Paulo. “Depois que o clip de Oração estourou, eu quis ficar para fazer música”, conta ela que aparece no clip tocando bandolim de vestido de listras verdes.

Apesar de ser ainda bem pouco conhecida do público, Ana se orgulha do que conquistou até agora. Sua fanpage tem quase 40 mil likes e os fãs comemoram cada novo anúncio de show que ela posta. “A cidade que mais interage é São Paulo. Em segundo e terceiro lugar estão Rio de Janeiro e Curitiba. E Fortaleza está em quarto”, elenca usando a lista como argumento para não ficar tensa diante da primeira turnê pelo Nordeste. “Eu fico apreensiva em relação a (quantidade de) público. Eu fico tensa de ver se o meu show vai ter 150, 200 ou 80 pessoas. Mas. acho que quem vai, vai gostar. Não tenho medo de gostar. Tenho medo do público ir ou não”, assume.

Mas é preciso ter o coração muito frio para não gostar do som de Ana Larousse. Suas canções apostam na emoção e, de alguma forma, procuram fugir do lugar comum, usando camadas sonoras e e a mansidão a seu favor. É verdade que a melancolia anda em moda, mas ela não é só mais uma a surfar nessa onda. “(O primeiro disco) tinha muitas composições e escolhi as que contavam uma história. É meio que um diário de uma fase, como se cada música fosse um texto sobre uma fase. São canções autobiográficas e as fotos são tiradas em casa. Eu só apareço em detalhes. É tudo muito verdadeiro”, avalia.

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E, para o próximo disco ela promete ir ainda mais fundo nesses sentimentos. Perguntada sobre como ele seria, ela diz que não pode revelar ainda. “Mas adianto que ta muito foda, to muito feliz. As pessoas podem esperar uma mudança, não radical. Ele (o disco) pega o que primeiro tinha e explora com intensidade”, sugere sobre o álbum que está produzindo com Vinicius Nisi (A Banda Mais Bonita da Cidade). E completa: “O disco está bem mais pesado, bem mais melancólico, mas bem maduro. Tem muita psicodelia. Bem mais conceitual, com letras poeticas”.

Serviço:
Ana Larousse
Quando: hoje, 16, às 20h
Onde: At Home Hostel & Pub ( Rua Canuto de Aguiar, 1424 – Varjota)
Quanto: R$ 30

About the Author

Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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