fish-magic-1Em 2005, o cearense Mário Quinderé foi para o Rio de Janeiro trabalhar com comunicação corporativa. Desde então, o vocalista e principal compositor da banda Dead Poets se manteve afastado da música. Foi então que um show, em 2014, no Amicis, reativou a vontade dele de voltar a fazer música.

O primeiro fruto desse retorno veio no ano passado, Songs From the Night Shift, disco digital lançado pelo selo Midsummer Madness. A boa recepção do trabalho que foi pensado com “expectativa 0” gerou um fluxo de novas canções que serão lançadas amanhã, 2, no disco Sky High, segundo trabalho que Quinderé assina sob o pseudônimo de Fish Magic.

Com influências de The Cure, R.E.M. e outros nomes oitentistas, Fish Magic é uma banda de um homem só, com Quinderé assumindo voz, guitarra, teclados, programações, violão e composições. Régis Damasceno (Cidadão Instigado) divide a produção e colaborando com climas e instrumentos. “Eu faço as demos, vou enviando pro Regis e combinamos como vai finalizá-las”, explica o músico que aproveita as folgas, geralmente à noite, para compor.

E todo o repertório dos discos é inédito, composto especialmente para cada trabalho. “Quando gravei o primeiro, preferi não usar nenhuma música antiga. Tenho várias inéditas, mas o segundo começou a ser feito logo que terminou o primeiro”, comenta. O resultado dessa escolha é um disco com 11 faixas (todas em inglês) de sonoridade coesa, cheias de climas noturnos, melancolia roqueira e guitarras sujas.

Com mais riqueza sonora comparado ao anterior, Sky High abre com a dançante Blue Light. O disco segue como um convite para desbravar a noite com Into The Ocean, que traz à memória a antiga banda de Michael Stipe, e LCD, que cheira a Oasis. Entre aceleradas e pés no freio, o disco recebe Laura Lavieri no folk Landscape in The Mist. “Eu nunca estive com ela fisicamente. Aconteceu com ela o mesmo que aconteceu com a Barbara Eugênia (que participou do disco de 2015), que gravou num dia que eu não estava em São Paulo”, revela Quinderé.

Para o cearense, a experiência de trabalhar sozinho as próprias composições tem sido libertador. “Quando você compõe para uma banda você já sabe o formato que trabalha, quantos guitarristas, que instrumentos. Sozinho, você não tem regra”, comenta ele que já tinha vontade de trabalhar com sons eletrônicos e realizou o desejo agora, com o Fish Magic. Entre os planos agora está o lançamento de um LP e o show que realiza em Fortaleza, no dia 5 de janeiro, acompanhado do ex-baterista do Dead Poets Daniel Pessoa; Lucas Jereissati no baixo; Rafael Vital na guitarra; Bruno Pereira (Swan Vestas) na guitarra. “O Sky High não sei se é muito diferente do anterior, mas é mais bem acabado. Tem mais o Regis músico. Nós acabamos arriscando mais no estúdio e a gente não teve pressa nenhuma. Fomos distorcendo algumas coisas, vendo a dinâmica”, explica.

Download: disponível a partir de amanhã, 2, no link

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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