Foto: Gustavo Portela

“É um momento muito bacana. É o primeiro disco que estou lançando em casa”, comenta Daniel Groove por telefone ao blog DISCOGRAFIA. É com essa energia que ele celebra seu novo trabalho. Levanteterceiro disco solo do cearense, encerra um ciclo que começou em 2013 com Giramundo, trabalho de estreia solo do cantor e compositor que integrou a banda O Sonso. “O novo projeto é uma mistura de tudo até aqui. Levante é filho do Giramundo com Romance pra Depois (2015). Mas, sem perder a personalidade. É um trabalho com identidade própria”, afirma. Levante será apresentado ao público neste sábado, 14, às 20h30min, em show no anfiteatro do Dragão do Mar.

E isto já fica provado no título do álbum. “Queria algo mais solar depois do meu último disco. Em Romance pra Depois eu estava mais down. Agora, eu quero comemorar o fim dessa trilogia. Por isso, o nome do trabalho tinha quer ser algo mais para cima. É um novo momento”, explica Daniel. Produzido por Carlos Eduardo Miranda e Klaus Sena, Levante traz 10 canções inéditas, sendo nove de Daniel Groove – solo ou em parcerias com nomes como Klaus Sena, Beto Gibbs, Saulo Duarte e Victor Bluhm – e uma composição de Juliano Gauche.

O trabalho passeia por baladas de amor até canções mais efusivas. “Tem muitas referências nesse novo álbum. Coisa que eu escuto e me inspiro como Erasmo Carlos e Caetano Veloso”, comenta Daniel. E essa mistura fica clara em canções como Boa Nova, Seda Azul e Seu Amor. A última foi a única música já apresentada ao público e é uma homenagem ao guitarrista Rodrigo Gondim, falecido em 2008. “Seu amor foi a primeira canção que o Miranda escolheu para Levante, das 25 que eu mandei para ele. No fim, o clipe é uma homenagem aos dois (Miranda e Gondim)”, comenta Daniel. O produtor Carlos Miranda faleceu em março deste ano. O vídeo tem direção de Yuri Yamamoto (Grupo Bagaceira) e Gustavo Portela, e co-direção de Junior Marinho.

Foto: Gustavo Portela

Levante chega às plataformas digitais pelo selo Sete Sóis um dia antes do show de estreia. O álbum ainda não tem data para sair em mídia física. Porém, Daniel reforça que é sim um desejo lançar o disco além do digital. “Tem gente que gosta de pegar naquilo que ouve e é um cuidado que eu gosto de ter com que me acompanha. Vamos lançar sim. E também temos o projeto de lançar toda a trilogia em vinil”, adianta o compositor.

Ao contrário do processo de criação de Giramundo, que foi nascendo aos poucos sem uma data para estreia, Levante é um disco planejado. “Planejado não seria a palavra”, corrige Daniel. “É que no Giramundo, por ser o primeiro, eu não tinha prazos. Ele foi se construindo aos poucos. Com Romance (leia sobre o disco aqui) e Levante esse processo já foi diferente”. Apenas em alguns aspectos, segundo ele, como datas para início e término de gravação. Daniel frisa que todo o seu processo de composição é orgânico e que não é algo que possa ser explicado.

E esse processo também se aplica à poesia repleta de amor de suas canções que nascem da sensibilidade. “Eu não posso definir como isso acontece porque seria uma mentira. É sensibilidade mesmo e ocorre de maneira muito natural. E eu nunca paro de compor. Não existe isso de compor uma música para um disco especifico. Eu estou sempre nesse processo. É algo completamente inconsciente”, pontua Daniel. A naturalidade também foi a premissa que determinou as parcerias no novo trabalho. “Eu acredito muito na máxima da lei natural dos encontros. Foi assim que as parcerias de Levante foram feitas. São as pessoas mais presentes no meu dia a dia”, ressalta o músico.

Foto: Gustavo Portela

Sobre lançar o disco em casa, Daniel afirma que não podia está mais feliz e reforça que o Ceará vive um bom momento para quem faz música autoral. “Aqui nunca se deixou de produzir música boa. Ou conteúdo de qualidade em qualquer outra vertente da arte. O Ceará sempre esteve em plena produção neste aspecto. O problema é que houve um hiato da visibilidade da mídia com esses trabalhos e isso agora está voltando. Temos grandes nomes e uma mistura muito bonita, desde Soledad até Getúlio Abelha. E isso é muito bacana. Você poder encerrar um evento como o Maloca só com nomes locais, como os meninos do Selvagens (Selvagens à Procura de Lei), e saber que será um sucesso de público é fenomenal”, comemora.

Para sábado, Daniel promete um show cheio de afetos e energia. Além de apresentar Levante, ele irá passear pelos dois álbuns anteriores. E encerra a conversa com um pedido. “É um novo ciclo e eu quero comemorar ele em casa. Preciso do axé de vocês comigo. Vamos festejar o Levante”, finaliza Daniel.

SERVIÇO
Quando: Sábado, 14 de julho, às 20h30
Onde: Anfiteatro do Dragão do Mar (R. Dragão do Mar, 81 – Praia de Iracema)
Ingressos: R$20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Classificação etária: Livre.

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Mariana Amorim

Jornalista, apaixonada por comunicação e envolvida com música! Acha que uma bela canção pode mudar o mundo. Coleciona livros, discos de vinil, imãs de geladeira e blocos de anotação. Apaixonada pelos garotos de Liverpool e pelo rapaz latino-americano.

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