Bob Dylan raro e inédito
Não é de hoje que Bob Dylan explora arquivos em busca registros inéditos de sua obra. Esse trabalho vem rendendo, desde 1991, a vitoriosa Bootleg Serie, que já chegou a nove volumes. Paralela a essa série, outras muitas raridades do poeta de Minnesota costumam chegar às prateleiras e a mais recente chama-se Rare Performances from The Copyright Collections, com gravações realizadas entre 1962 e 1966. O álbum duplo conta com 29 faixas, entre performances solitárias ao violão e outras divididas com músicos do peso de Al Koopper, Joan Baez e a lendária The Band, e passa por espaços como o Carnegie Hall e o Newport Folk Festival. Entre as faixas, pérolas como Masters of War, Desolation Row e Maggie’s farm. Haja dinheiro pra acompanhar a produção do mestre Dylan.

Zé Ramalho revisitado
Responsável por resgatar raridades obra de Zé Ramalho (desde quando ele nem assinava assim), a Discobertas celebra os 40 anos do álbum de estreia do paraibano com um tributo. Avôhai – Remake Pop Rock reúne 12 nomes, em sua maioria saídos da cena underground roqueira nacional. A exceção é Robertinho do Recife, (bárbaro) guitarrista e (eficiente) produtor, que fez uma versão metaleira de Bicho de Sete Cabeças. Além dele, participam dois filhos do homenageado: Linda e João Ramalho, que cantam, respectivamente, Voa Voa e A Noite Preta. Além dele, desfilam pelo disco nomes como Prima Facie, Mazzeron e Novanguarda. O peso das guitarras e o clima roqueiro ajudam as novas versões a ganharem um ar de ineditismo e surpresa. Vale conferir.

Tribalista em viagem solitária
O nome pode não chamar muita atenção, mas Cézar Mendes já prestou bons serviços à música brasileira. O violonista baiano, por exemplo, foi um dos poucos músicos a dividir o estúdio com os Tribalistas em seu primeiro disco. Isso já explica as presenças de Marisa Monte e Arnaldo Antunes em seu primeiro disco solo, Depois Enfim. Lançado nas plataformas de streaming, o álbum reúne nove faixas que agregam o violão joãogilbertiano de Cézar a vozes plurais. MPB de altíssima qualidade, Depois Enfim abre com Djavan reinando em Mande um Sinal e segue com Caetano Veloso (Carnalismo), Carminho (Tom de Voz) e até Fernanda Montenegro (Aquele Frevo Axé). A produção é de Marisa e Arto Lindsay.

About the Author

Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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