https://www.youtube.com/watch?v=XHsnZT7Z2yQ

(Ponto de Vista escrito por mim para a edição de hoje do Vida&Arte, marcando a triste morte de Aretha Franklin. O anúncio do falecimento da cantora chegou por volta das 11 horas de ontem, 16 de agosto. Aretha Franklin foi, é e será sempre uma voz maior do que qualquer preconceito)

O mundo fica mais chato sem Aretha Franklin. É fato que seus discos permanecem disponíveis em diversos formatos, físicos ou não. Também é fato que já conta um bom tempo desde que ela teve que largar uma agenda regular de shows e lançamentos. Seu último disco, inclusive, nem é tão bom quanto promete – um apanhado de covers de sucessos contemporâneos lançados por nomes como Sinead O’Connor, Etta James, Whitney Houston e (o grande chamariz) Adele. Ainda assim, Aretha era mais que uma artista fazedora de discos e sucessos. A cantora natural de Memphis era uma bandeira viva da música pop negra mundial, que viu essa história se construir. Sua extensão vocal, técnica apurada e interpretação cheia de paixão fez escola entre muitas intérpretes da soul music. De Joss Stone a Liniker, não são poucas as intérpretes que citam a “Lady Soul” como influência. E Aretha transcendeu raças, credos e estilos para impor sua mistura de jazz, gospel e blues. E exigiu respeito à sua cor e à sua música. Aretha Franklin já era divina, agora está mais próxima dessa condição.

  • Acima, um belíssimo vídeo de Aretha cantando seu clássico (You Make me Feel Like) A Natural Woman no Kennedy Center Honors, uma honraria do governo americano outorgada aos artistas. Neste ano, uma das homenageadas era Carole King, autora da belíssima canção. Atentem para a emoção de Carole sua maior intérprete ao vivo. O então presidente Barack Obama também está na plateia.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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