Foto: Julia Brokaw/ Divulgação

Oito anos separaram o último disco do Los Hermanos do primeiro disco solo de Rodrigo Amarante. Criado durante um período de isolamento auto imposto, Cavalo era um retrato daqueles tempos em Los Angeles, onde ele morava e era um desconhecido. Bem longe da fama e adoração que vivia no Brasil, ele preferiu dar um tempo e encontrar novas formas de compor. O resultado foi um disco intrigante, cheio de espaços vazios, solidões e textura indie.

Agora, foram mais oito anos pra um segundo disco solo. Nesse meio tempo, ele gravou com a banda Little Joy, com a Orquestra Imperial, com Gal Costa, Lanny Gordin, Fernanda Takai, Marisa Monte, Gilberto Gil e até com a velha banda, com quem o carioca eventualmente se reencontra para uma turnê celebrativa.

O sucessor de Cavalo chama-se Drama, e está prometido de ser lançado em 16 de julho deste ano. O primeiro single já está no mundo e chama-se Maré. Partindo dele, é possível imaginar um trabalho bem diferente, mais solar, feliz e pop. Cheia de percussões e ritmo quebrado, a faixa conta com vocais de Moreno Veloso e um instrumental que conta com “Lucky” Paul Taylor (bateria), Todd Dahlhoff (baixo), Andres Renteria (congas), David Ralicke (Sax tenor, sax barítono e flugelhorn) e Daniel Castanheira (Wood blocks).

Maré é baseada no provérbio espanhol: a maré leva o que a vazante traz. Na música isso vira uma reflexão sobre como o desejo, nossos sonhos e pesadelos, moldam nosso destino, a graça e o terror disso. Assim ela é uma espécie de reza utópica do não querer, ao mesmo tempo uma admissão da inevitabilidade do eterno sonhar. O vídeo não fala disso, pelo menos não diretamente. O vídeo é sobre ritual e intenção, o exercício de entrar em contato com esses sonhos e desejos através da brincadeira, do teatro, infantil nesse caso, o meu. Assim, dados os meus sonhos e pesadelos, o vídeo é sobre o trabalho de escrever, intenção e ritual, razão e intuição, magia. Digo magia porque há sempre algo de imprevisível na escrita, uma porta pra essas histórias que carrego, o meu drama”, explica (ou nem tanto) Amarante em material enviado à imprensa.

Uma turnê para apresentar o novo trabalho já está agendada por países da Europa, onde a vacina já chegou em massa e algumas aglomerações já são possíveis de ser planejadas. No Brasil, onde vacina é “só um detalhe que pode ficar pra depois”, vamos ter que esperar um pouco (ou muito) mais.

Capa do álbum Maré, com arte de Luisa Zimmer Ritter

Confira as datas e locais já confirmados da turnê Drama:
18/04/2022 – Porto, Portugal @ Casa Da Musica
19/04/2022 – Lisboa, Portugal @ Capitolio
21/04/2022 – Madrid, Espanha @ Sala Mon
22/04/2022 – Barcelona, Espanha @ La 2
23/04/2022 – Lyon, França @ L’Épicerie Moderne
25/04/2022 – Milão, Itália @ Santeria
26/04/2022 – Zurique, Suíça @ Mascotte
27/04/2022 – Munique, Alemanha @ Ampere
28/04/2022 – Colônia, Alemanha @ Stadtgarten
29/04/2022 – Hamburgo, Alemanha @ Nochtspeicher
30/04/2022 – Berlim, Alemanha @ Lido
02/05/2022 – Amsterdam, Holanda @ Paradiso Noord
04/05/2022 – Londres, Inglaterra @ Scala
05/05/2022 – Bruxelas, Bélgica @ Botanique
06/05/2022 – Paris, França @ Cabaret Sauvage
07/05/2022 – Lille, França @ Aeronef
08/05/2022 – Nantes, França @ Le Lieu Unique

About the Author

Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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