Especialista aponta os critérios levados em conta por examinadores para garantir a tão sonhada nota 1000 na redação do Enem.

A Redação do Enem será aplicada no primeiro dia de prova, dia 17.

Como se sair bem na redação do Enem e garantir uma boa nota? Esta é uma dúvida para muitos estudantes que estão se preparando para o Exame Nacional do Ensino Médio. Fato é que não existe fórmula mágica e os desafios são enormes: o tempo curto, o tema surpresa e, em muitos casos, a falta de hábito do estudante com a leitura e a escrita e, consequentemente, a falta de repertório. Mas para ter sucesso com a redação no dia do exame, alguns detalhes podem ajudar o estudante a garantir um melhor desempenho.

De acordo com o assessor de Redação do Sistema Positivo de Ensino, Fábio Gusmão, a redação do Enem é avaliada pelos corretores com base em cinco competências e cada uma delas vale de zero a 200 pontos, somando desse modo 1.000 pontos no total. São elas:

Confira os critérios de avaliação da redação do Enem

 

#1 Domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa

A primeira competência avaliada é referente ao domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa, ou seja, é o olhar que o examinador lançará acerca do conhecimento de norma padrão que o candidato leva para o seu texto, como, por exemplo, aspectos relacionados à pontuação, à concordância, à colocação pronominal, à ortografia, dentre outros.

“Vale destacar que se ele apresentar mais de duas incorreções, ou melhor, mais de dois desvios de norma, não obterá a nota máxima nessa primeira competência. Logo, uma revisão atenta no texto produzido é de extrema relevância para que não perca tantos pontos e tenha êxito no quesito relacionado ao domínio da modalidade culta da língua materna”, orienta.

#2 Compreensão da proposta e construção de um texto dissertativo-argumentativo

A segunda competência diz respeito à compreensão da proposta de redação do Enem e aplicação dos conceitos das várias áreas do conhecimento dentro dos limites estruturais de um texto dissertativo-argumentativo em prosa.

“Cabe destacar que essa competência avalia dois aspectos: o primeiro é se o estudante atendeu à proposta contida na frase temática, se ele não fugiu ao tema solicitado ou, ainda, se não o tangenciou, que consiste na abordagem parcial do tema, baseada somente em um assunto mais amplo. Isso ocorre quando o candidato não mergulha de uma forma mais profunda no eixo temático que foi proposto”, comenta.

Já o segundo aspecto avaliado nessa competência está relacionado à construção de um texto dissertativo-argumentativo com uma tese – opinião a respeito do tema proposto – apoiada em argumentos consistentes, estruturados com coerência e coesão, formando, desse modo, uma unidade textual.

#3 Construção da argumentação

Dentro dessa competência, o examinador lança o olhar especificamente para a construção da argumentação. Assim, avalia se o estudante seleciona, relaciona, organiza e interpreta informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa do ponto de vista escolhido como tese.

“É relevante destacar que, para a construção de uma excelente argumentação, o candidato pode lançar mão de diferentes estratégias argumentativas com intuito de convencer o leitor do seu texto a concordar com a tese que está sendo defendida.  Para isso, pode recorrer a inúmeros recursos, como alusões históricas, comparações de fatos, argumentos de autoridade, citações, dados estatísticos, ou seja, trazer para o texto, por meio de uma ou mais estratégia argumentativa, os diferentes conhecimentos que adquiriu ao longo da sua formação nos diferentes componentes curriculares”, explica o professor Gusmão.

#4 Articulação das partes do texto

Na quarta competência, o estudante deve demonstrar na Redação do Enem conhecimentos dos mecanismos linguísticos necessários para construir a argumentação. Nesse sentido, o examinador avalia a organização textual referente à relação que os parágrafos estabelecem entre si e a amarração dos enunciados por meio de elementos coesivos, já que escrever é sempre estar ancorado em informações anteriores, mas nunca perdendo o foco de que o texto precisa progredir.

“O candidato deve tomar muito cuidado com as escolhas de palavras que levará para o seu texto, principalmente no que se refere aos elementos coesivos, pois é muito comum o uso de um conectivo no lugar do outro, a exemplo da conjunção “contudo”, que, muitas vezes, é usada com o propósito de fechar ou sintetizar uma ideia, mas ele não atenta que essa palavra remete à ideia de adversidade, de contrariedade, e a usa, desse modo, de forma equivocada”, alerta.

#5 Proposta de intervenção e respeito aos direitos humanos

Por fim, na última competência, o examinador verificará se o candidato elaborou uma proposta de intervenção que respeite os direitos humanos para o problema que foi apresentado ao longo do texto. Essa proposta precisa ser concreta, específica ao tema apresentado na proposta da prova e que dialogue com os argumentos desenvolvidos ao longo do texto.

“Deve-se deixar clara não somente a ação interventiva, mas também quem deverá executá-la, deixar evidente o meio de execução dessa ação, bem como o seu efeito e sua finalidade, tudo isso de um modo muito detalhado para que se possa obter a nota máxima nessa última competência”, finaliza Gusmão.


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Eduardo Siqueira

Um jornalista que ama Educação. Minhas experiências me fizeram imergir no universo da Educação, sentindo todo o seu poder transformador e percebendo o quanto ela ainda precisa de apoio. Aqui, busco fazer minha parte e ajudar as pessoas a compreendê-la nem que seja um cadinho.

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