De acordo com os dados apresentados pelo censo da educação básica de 2007 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacional (Inep), a maioria dos professores tem “apenas” o bacharelado ou lecionam em áreas diferentes da sua formação superior.
Questiono o “apenas” pelo fato de exigir-se a licenciatura como ferramenta indispensável para exercer o magistério e o bacharelado as universidades. Isso é um absurdo! Todo educador deve ser também um pesquisador. E não me refiro a pesquisas na internet em busca de material para compor as provas. Mas um pesquisador para conhecer inúmeras metodologias que a pesquisa pode proporcionar para melhorar a sua aula, o seu desempenho, a sua argumentação e, sobretudo, estimular o senso crítico dos educandos e o seu próprio.
Por mais que a licenciatura apresente um currículo de práticas para serem aplicadas em sala de aula, na hora de escrever ou ler criticamente um documento, o educador não sabe fazer isso na maioria dos casos, ficando a mercê da cola! Com isso, ele se iguala a seus educandos e não pode cobrar deles uma leitura e uma escrita mais detalhada, com opinião e argumentação.
Defendo que os cursos de licenciatura tenham todos em sua grade curricular à defesa da monografia e não somente de um trabalho ou um artigo científico e que também, incluam mais um ano para o bacharelado.
E o que falar dos que lecionam em áreas diferentes de sua formação superior? Isso é outra história longa para refletirmos…cheia de causas e conseqüências as vezes bem trágicas!
Ontem mesmo assistindo a uma dessas novelas sem fundamentos da televisão brasileira vi a seguinte cena: uma advogada (interpretada pela atriz Débora Block) estava toda animada porque iria voltar a lecionar HISTÓRIA, depois de anos fora do mercado de trabalho. Advogados estariam habilitados a lecionar? Sou formada em História e não me sinto capaz de advogar. Podemos ser todos EDUCADORES, mas não somos PROFESSORES.
Para quem acha que as duas palavras são sinônimos, tá na hora de começar sua PESQUISA! Rubem Alves traz essa diferença de uma maneira leve, criativa e prazerosa.
Boa pesquisa!
Confusa sua argumentação. Em alguns momentos do texto defende que o educador não teria uma visão crítica, onde apenas uma publicação ou a monografia daria isso ao educador? Boa parte dos professores apenas com bacharel tem uma dificuldade grande para construir o conhecimento em sala e trabalhá-lo sem criar ações separatistas entre a prática e teoria, sendo a maioria adepta de uma constante tradicional onde a produção em massa de artigos e o conhecimento memorizado é o mais viável. Me pergunto, onde um profissional sem os conceitos de didática, filosofia da educação, entre outras disciplinas deveras importantes para a formação de um educador consegue ser crítico sem ser pragmático. Por fim, você aplica que todos são educadores, outro ponto que discordo, existem muitos pesquisadores-professores, que não são educadores, ou seja, não conseguem fugir de uma ação tradicional, conceitual, engessada pelos conteúdos, apenas reproduzindo o que lhes foi passado, e muitos educadores que são pesquisadores constantes, porque o que seria de um educador senão um inconformado com o mesmismo de apenas repetir o que lhe foi dito? O papel do educador é ser um pesquisador constante e eterno, sempre articulando e contextualizando seus estudos e o saber que busca lecionar. Não sei se realmente entendi sua visão, se estiver errado, me corrija por favor, mas pelo seu texto, foi o que pude compreender.