O anúncio da criação de 332 mil vagas para a formação em nível superior de professores de ensino fundamental e médio da rede pública foi uma boa notícia para a educação brasileira. E o melhor: espera-se que o benefício chegue ainda no segundo semestre de 2009. E que chegue mesmo ao Ceará, um dos estados com os piores índices nessa área. Quase 12% dos docentes que lecionam da quinta série ao ensino médio só estudaram até a oitava série.

professor-estudandoA promessa de Lula foi utilizar os recursos gerados pelo pré-sal para a formação desses professores. Isso precisa ser acatado ainda pelo Congresso Nacional e envolve uma série de outras questões, como estimular o professor para que ele volte para a sala de aula como aluno e garantir bons salários e uma escola equipada para receber esses novos estímulos.

De que adianta resolver a defasagem em áreas como física, química e matemática se, ao chegar à escola o professor não tiver um laboratório para praticar com os alunos? Ou não estimular financeiramente esse professor para que ele possa fazer uma pós- graduação? Mostrar fórmulas e mais fórmulas no quadro branco não é nem um pouco atraente. Nem para o aluno que não consegue absorver, nem para o professor que não consegue transformar o assunto em prática.

Torço para que essas ações sejam realmente praticadas e que os números da educação brasileira e, sobretudo da cearense, possam ser melhorados. Apesar de não achar que somente essa formação vá resolver problemas tão sérios, como o que vemos nas escolas hoje. A culpa de percentuais negativos não é somente da escola, da coordenação e da falta de profissionalização dos educadores. Mas alguma coisa está se fazendo para melhorar um problema que persiste e que precisa mesmo ser resolvido.

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Valeska Andrade

Formada em História pela Universidade Federal do Ceará e em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará. Especialista em Cultura Brasileira e Arte Educação. Coordenou o Programa O POVO na Educação até agosto de 2010. Pesquisadora e orientadora do POVO na Educação de 2003 a 2010, desenvolveu, entre outras atividades, a leitura crítica e a educomunicação nas salas de aula, utilizando o jornal como principal ferramenta pedagógica. Atualmente, é professora de história da rede estadual de ensino. Pesquisadora do Maracatu Cearense e das práticas educacionais inovadoras. Sempre curiosa!!!

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