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Autor(a): R. J. Palacio
Editora: Intrínseca
Páginas: 320p.

 

Em Extraordinário conhecemos o bem humorado August Pullman. Em decorrência de uma síndrome genética, August nasceu com uma deformidade na face e, por isso, teve de passar por várias cirurgias e não pôde frequentar a escola. Agora, com 10 anos de idade, ele está prestes a iniciar o quinto ano em uma escola regular. Assim, além da dificuldade natural de ser um aluno novo em uma escola nova, August precisa provar para os colegas que é um menino como outro qualquer.

Apesar da pouca idade, August é bem maduro. Ele entende perfeitamente a sua situação e, muitas vezes, se coloca no lugar das outras pessoas. Mas isso não o impede de sofrer com o bullying provocado pelos colegas. E aqui é apresentado um bullying diferente, pois o protagonista é tido como portador de necessidades especiais pelos que o cercam. Mas ele não sofre de nenhuma carência, ao contrário, ele é um garoto extremamente inteligente e esforçado. Inclusive, eu li em algum lugar que eu não sei onde que uma das cenas descritas no livro (onde uma mãe com seus dois filhos saem do restaurante onde estão porque as crianças se espantam com a aparência de August), foi vivida pela autora. A situação causou tanto constrangimento, que ela teria se inspirado na história para escrever o livro.

A escrita é muito muito boa! O livro é gostoso de ler, os capítulos são curtinhos e, como a maior parte do livro é narrada pelo próprio August, dá pra perceber bem o humor dele. Porém, com a narração de outros personagens, como sua irmã Via e alguns amigos, nós temos a oportunidade de ver a história por outros ângulos e entender que o August não necessita ser o centro das atenções em todos os momentos.

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Além de ser um livro infantojuvenil, Extraordinário se encaixa na categoria de sick-lit, assim como A Culpa é das Estrelas e todos os outros livros lançados em 2013. Acho que por esse motivo, e por não ter lido nada a respeito da história, eu esperava algo bem mais triste e trágico. Para ser bem sincero, eu já estava preparado para a morte do personagem principal ou algo semelhante.

Para mim, a leitura foi muito boa, mas não me tocou a ponto de se tornar um favorito. O que eu mais senti falta foi de um clímax. Foi um livro muito bom, mas um tanto quanto linear, na minha humilde opinião.

 

Texto e Imagens: Eduardo Sousa