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Miles não é muito popular na sua escola, ele nunca teve um amigo realmente e não vê a hora de ir para o internato que seu pai frequentou e viver as histórias mais loucas da sua adolescência. E realmente Culver Creek faz com que a vida de Miles mude – e muito, lá ele encontra o seu primeiro amigo e se apaixona pela primeira garota da sua vida, ele aprende muito mais sobre a vida e a sua busca pelo “Grande Talvez”.

Eu comprei todos os livros do John Green de uma vez só e li eles na ordem de publicação, então “Quem é você, Alasca?” acabou sendo a minha primeira leitura dele e eu não estava preparado para as emoções que esse livro me deu. Agora eu já li todos os quatro livros dele e eu posso dizer que esse, de longe, é o meu favorito (desculpa fãs de “A culpa é das estrelas”) pelos seus personagens, e a sua história e significado que teve em mim.

Eu amei Miles desde o começo, quando ele descreveu a sua festa de despedida sendo tão solitária e o quanto ele queria sair daquele lugar para poder mudar as coisas eu realmente senti que entendia ele, desde o começo da história e cada vez mais dentro dela gostei mais dele. Eu também adorei Alasca, é obvio, eu amo personagens como ela, que são tão imprevisíveis e malucos, mas ao mesmo tempo carregam uma tristeza tão profunda com eles e o Coronel também, ele me fez rir durante várias partes.

O que me tocou bastante nesse livro foi o jeito com que o John Green conseguiu descrever esses adolescentes, eles não são pretensiosos ou filosóficos como Hazel e Gus de “A culpa é das estrelas” o que na minha opinião só os tornou mais reais. Mas apesar disso eles ainda são extremamente complexos e tem pensamentos que alguns diriam ser muito superiores ao de adolescentes – o que eu discordo, o tipo de pensamento mostrado desse livro (a busca de Miles por um significado nas palavras finais, a busca de uma saída do labirinto e a ideia que adolescentes tem de serem invencíveis) são todos pensamentos que eu consegui me identificar completamente, são sentimentos que eu tive ao longo da minha adolescência e eu achei incrível que esse tipo de sentimento pudesse finalmente ser posto em palavras.

E eu gostei bastante da narrativa desse livro, ele carrega a voz do John Green como em todos os livros dele, mas é menos forte de certa forma, eu não sei como explicar, mas é a narrativa mais simples de todos os livros dele na minha opinião e acho que isso facilitou para transmitir todos esses sentimentos e para me conectar mais com a leitura. O que me fez rir e chorar tantas e tantas vezes ao longo dessa história, eu ri muito alto com esse livro, mas eu também tive uma avalanche de lágrimas enquanto lia ele (e daquele tipo de choro feio em que se tem que assoar o nariz para continuar a respirar).

Enfim, esse livro é um dos meus livros favoritos de todos os tempos, ele mostra de uma forma realista adolescente lidando com primeiras experiencias como amor, amizade, drogas, mas também mostra os diferentes jeitos que as pessoas lidam a dor, perda e simplesmente a confusão que é ser um adolescente e não saber quem você é ainda.

 

Texto e Imagem: Eduardo Sousa

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