Fazer as unhas no salão de beleza pode impactar muito mais do que somente a beleza e a autoestima, já que o procedimento feito no ambiente com alta rotação de clientes pode apresentar riscos para a saúde. Para além das técnicas de esmaltação, manicures e pedicures precisam dominar também as técnicas de biossegurança para evitar a transmissão de doenças como micoses e hepatite C.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) define biossegurança como a “condição de segurança alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar os fatores de riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e o meio ambiente”. As ações de biossegurança quando colocadas em prática por manicures cuidam não apenas da saúde das clientes, mas das próprias profissionais, visto que um estudo feito em 2009 pela Secretaria da Saúde de cidade de São Paulo apontou que uma em cada dez manicures tem hepatite.

A não utilização de EPIs como luvas descartáveis e o uso de utensílios para fazer as unhas de diversos clientes aumenta o risco de contaminação por doenças que se propagam pelo contato. A micose, por exemplo, pode ser transmitida por meio de cortadores, alicates de cutículas e de unhas, lixas e toalhas úmidas, caso estes materiais tenham tido contato com unhas contaminadas. O Ministério da Saúde aponta que a contaminação por hepatite C em salões de beleza pode ocorrer em caso de falha de esterilização de equipamentos de manicure. Isso porque, caso uma pessoa com o vírus se fira utilizando um alicate, sem esterilização correta o objeto poderá ser meio de contágio para outro cliente.

Vanessa Castro é especialista em unhas do Instituto Embelleze e, para a profissional, aprender sobre as técnicas de biossegurança é um dos passos mais importantes durante o processo de formação de novos profissionais. “Neste tópico do curso, sempre explico para os meus alunos que precisamos entender que tão importante quanto o resultado final de uma unha bonita e bem feita é zelarmos pela saúde da nossa cliente, com cuidados básicos que não podem passar batido no dia a dia do salão”, ressalta a profissional.

A manicure afirma que os cuidados são básicos justamente por envolver processos de higiene, limpeza e esterilização de instrumentais e estações de trabalho entre uma cliente e outra. “A princípio, você pode até pensar que é muito oneroso e trabalhoso utilizar uma toalha e uma lixa para cada cliente, ou deixar o alicate inutilizado por cerca de 40 minutos para fazer a esterilização. Mas esses cuidados precisam fazer parte da rotina de todo profissional, só assim é possível fazer um trabalho bem feito e com segurança”, afirma Vanessa.

As clientes também precisam ficar atentas quando forem ao salão fazer as unhas para se certificar de que a profissional esteja utilizando instrumentais esterilizados e descartáveis novos. Confira ações que precisam ser colocadas em prática para garantir a biossegurança na hora de fazer as unhas.

 

  • A manicure deve utilizar luvas descartáveis.

  • Esterilização de alicates, cortadores e espátulas: é indicado que os objetos sejam esterilizados em autoclave, máquina que fará a esterilização a vapor, pelo tempo aproximado de 40 minutos.

  • Recipientes para deixar pés e mãos de molho: a preferência é que sejam descartáveis, ou que sejam forrados com plástico, para evitar o contágio por doenças fúngicas, como as micoses

  • Lixas e palitos devem ser descartáveis e não reutilizados em vários clientes.

  • Limpar superfícies de trabalho como bancadas, mesas e cadeiras.

  • Estar atento à data de validade de produtos como esmaltes e removedores.

  • Toalhas não devem ser utilizadas em mais de uma cliente antes de serem lavadas adequadamente.

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Nalu

Ex-jornalista e ex-educadora física, sou uma consumista assumida!

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