Estava reavaliando um paciente hoje a tarde,  portador da síndrome de Guillain-Barréum distúrbio dos nervos periféricos que paralisa os membros, o pescoço e os músculos respiratórios. A incidência anual é de 2-4 casos por 100.000 habitantes. Nos dedicamos a esse caso por 90 dias,  atendimentos diários duas vezes ao dia, certamente o sucesso de um tratamento  desse se deve muito ao fato do paciente acreditar e ser otimista, além de disciplinado. Quero compartilhar a alegria dos  primeiros passos de alguém que passa meses sob a total dependência e inicia o processo de deambulação independentemente, por mais que essa seja nossa rotina profissional, esse momento é sempre marcante por tamanha emoção, essa recompensa é imensurável. Quando estamos diante de casos como esse, além de todos os recursos oferecidos pela fisioterapia, nos dedicamos horas e horas no que chamo de laboratório de humanização, aonde nos recolhemos a vários autores que nos possam fornecer algo a mais. No meu trato com esse paciente de  73 anos de idade e uma alegria de viver contagiente,  posso citar o Médico e psicoterapeuta Rüdiger Dahlke e o psicológo Thorwald Dethlefsen, autores do livro  A DOENÇA COMO CAMINHO.  Nessa obra é colocado :  “Eis aí a diferença entre lutar contra a doença e transmutar a doença. A cura acontece exclusivamente pela transmutação da doença e nunca pela vitória sobre um sintoma, pois a cura pressupõe a compreensão de que o ser humano se tornou mais sadio, ou seja, um todo se torna mais perfeito”. È assim  que trabalhamos no nosso dia a dia, tornando  o ser humano mais feliz, esse é o grande instrumento da fisioterapia, mesmo quando tudo parece não ter jeito, levamos aos nossos pacientes o desejo de viver, o que nos faz lembrar Deepak Chopra médico indiano,  “Somente o momento presente existe; passado e futuro são projeções mentais. Se você puder se libertar dessas projeções, tentando nem reviver o passado nem controlar o futuro, abre-se o espaço para uma experiência completamente nova – a experiência do corpo sem idade e da mente sem fronteiras”.  E por aqui fico no final desse sábado com  a felicidade  de ver mais um ser acreditando na vida e lutando por ela.

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Jorge Brandão

Fisioterapeuta, Osteopata, RPGista. Diretor da clinica Fisio Vida.

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