Baixo rendimento escolar, déficit de atenção, sono e algumas formas de alteração postural são sintomas que afetam a qualidade de vida de crianças respiradores orais, aquelas que por razão congênita ou adquirida, deixam de inspirar o ar pelo nariz e o fazem pela boca. A Reeducação Postural Global (RPG) pode contribui para minimizar esses problemas. Para analisar esse procedimento, a chefe do Serviço de Fisioterapia do Hospital Universitário e professora de Fisioterapia da UFJF, Rosa Maria de Carvalho, está orientando o trabalho de conclusão de curso ”Avaliação dos Efeitos de um Programa de Tratamento Fisioterapêutico na Postura, na Função Ventilatória e na Qualidade de Vida de Crianças Respiradores Orais“. A parte prática da pesquisa, está sendo desenvolvida com alunos do Colégio de Aplicação de João XXIII. O trabalho, desenvolvido pelas acadêmicas de Fisioterapia da UFJF, Andréa Lemos Cabalzar e Carla Aparecida Durães Pereira Duarte, e co-orientado pela professora Vanusa Caiafa Caetano, avaliará 12 crianças na faixa etária entre 10 e 13 anos, que passarão por sessões de RPG. O tratamento acontecerá ao longo de oito semanas. A primeira sessão ocorreu no dia 22 de março. Cada criança faz duas delas por semana, sempre no horário pós-aula, de 11h40 às 12h30. Para as sessões de RPG, serão usados instrumentos como bolas suíças, faixa elástica, espirômetro (avalia a função pulmonar) e manovacômetro (mede a força da musculatura respiratória), disponibilizados pelo serviço de Fisioterapia do HU. Segundo Rosa de Carvalho, a ideia da pesquisa é avaliar os efeitos do protocolo de reeducação postural para respiradores orais, que engloba exercícios de alongamento e fortalecimento de grupos musculares envolvidos em alterações posturais, como peitoral, abdominal e paravertebral das costas. ”Mediante os resultados, poderemos aplicar, futuramente, o protocolo no ambulatório de Fisioterapia Pediátrica do Hospital“, justifica Rosa. “Será gratificante orientar esses indivíduos para melhorar a sua rotina diária, com reflexo positivo na parte física e no desempenho escolar”, relatam as acadêmicas. A pesquisa é continuidade de um projeto anterior, também desenvolvido no João XXIII, sob orientação de Rosa, que buscou detectar um universo de crianças respiradores orais. De 64 participantes, 36 foram diagnosticados e convidados a participar desse estudo atual. Destes, 12 famílias deram consentimento para a avaliação: ”O número reduzido nos dará oportunidade de fazer uma boa avaliação“, esclarece Rosa. A respiração oral pode ser de causa congênita ou adquirida, seja na primeira infância, em alguns casos pelo uso de chupetas, ou em decorrência de rinite, asma, adenóide e até mesmo má formações do seios da face. Entre os sintomas citados, a alteração postural caracteriza-se pela protusão da cabeça e do ombro que vai refletir em todo eixo do corpo. ”Daí, a importância da reeducação postural“, argumentam as pesquisadoras.

Outras informações: (32) 4009-5393 (Assessoria de Comunicação HU)

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Jorge Brandão

Fisioterapeuta, Osteopata, RPGista. Diretor da clinica Fisio Vida.

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