Havana, 29 jul (EFE).- O dissidente cubano Guillermo Fariñas, que passou mais de quatro meses em greve de fome para pedir a liberdade dos presos políticos doentes, retornou nesta quinta-feira para sua casa com o ânimo de retomar sua atividade jornalística, após receber alta do hospital onde passou a maior parte de seu jejum.
“Estou me sentindo estranho, me adaptando aos poucos, abraçado com minha filha, minha irmã, esperando minha sobrinha que considero como minha filha adotiva”, disse à Agência Efe Fariñas por telefone a partir da residência de Santa Clara, a 300 quilômetros ao leste de Havana.
O jornalista e psicólogo, de 47 anos, disse que recebeu “muita solidariedade” dos vizinhos e afirmou que seu projeto é “começar a escrever artigos o quanto antes”.
Os médicos lhe deram alta a ele porque seus índices de coagulação melhoraram, mas a partir de agora seu caso terá que ser acompanhado por um especialista em angiologia a cada 15 dias.
Nas próximas semanas, Fariñas terá de utilizar cadeira de rodas até que os médicos decidam dar o sinal verde para que comece o trabalho de fisioterapia e voltar a caminhar.
Em 24 de fevereiro, Fariñas iniciou uma greve de fome e sede em homenagem ao preso Orlando Zapata que durou 134 dias, e concluiu em 8 de julho, depois de o Governo cubano anunciar seu compromisso de libertar 52 dissidentes do Grupo dos 75, condenados em 2003.