Por: Ana Cláudia Barros

Profissionais da área de saúde, contrários ao projeto de lei conhecido por “Ato Médico”, iniciaram um movimento na internet para sabotar a candidatura de deputados federais que ajudaram a aprovar a matéria na Câmara, no ano passado. Uma das principais críticas ao projeto, que tem como finalidade regulamentar a atividade médica, é que ele limitaria a prática das demais categorias da saúde. Apelidada de “vingança democrática”, a campanha vem sendo disseminada via redes sociais e e-mail. O internauta é direcionado para um site, criado exclusivamente com o objetivo de protestar contra o projeto de lei. Na página, ele encontra a frase: “Não eleja deputado tarja preta”, um apelo, sem rodeios, para que deixe de votar, nas eleições de outubro, nos parlamentares da lista que estão tentando permanecer no cargo ou pleiteando outra cadeira na política.

“Clique no seu estado e escolha os deputados federais de sua região que votaram a favor desse projeto de lei, e, envie um e- mail para os seus parentes, amigos e pacientes pedindo para que não elejam esses deputados”, diz a mensagem. Ao selecionar o parlamentar, o eleitor encontra outro recado, igualmente incisivo: “Não eleja esse deputado(a), ele(a) votou a favor o PL do Ato Médico (7.703/2006), o qual afronta a autonomia dos profissionais da saúde e impede o seu livre acesso a esses serviços”.

Sob a foto do candidato, que aparece com a inscrição em vermelho “não vote”, há campos para que o internauta coloque e-mails de seus contatos pessoais e ajude a divulgar a campanha na rede. Integrante do movimento Ato Médico Não, o presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (CREFITO) de São Paulo, Gil Almeida, diz que a campanha é uma resposta “dos cerca 3,5 milhões de profissionais da saúde” que desaprovam o projeto de lei. Ele acrescenta que, na ocasião da votação da matéria, foram realizadas inúmeras tentativas de sensibilizar os parlamentares, mas todas fracassaram. Atualmente, o projeto tramita no Senado e deve ser votado apenas depois do período eleitoral. Somente com a sanção presidencial é que entra em vigor.

“A democracia tem mão dupla. Ela pressupõe pedir voto e pedir para não votar. Eles (deputados) foram avisados na época. Tivemos várias reuniões com as lideranças de todos os partidos. Mandamos cartas, mostrando que o projeto era ruim para a saúde do povo brasileiro. Eles prestaram um desserviço à sociedade nesse particular”, afirma Almeida, que faz projeções otimistas em relação ao movimento: “Temos em torno de 62 milhões de brasileiros conectados. Penso que vamos atingir pelo menos um terço dos eleitores”.

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Jorge Brandão

Fisioterapeuta, Osteopata, RPGista. Diretor da clinica Fisio Vida.

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