Na manhã de sexta-feira (15/10), o Hospital Agamenon Magalhães (HAM), em Casa Amarela, conseguiu incentivar 50 mulheres a fazerem o teste rápido de sífilis, chamado de VDRL. Para a gerente da Clínica Ginecológica do HAM, Iara Coelho, o feito tem que ser comemorado. “É difícil catequizar as mulheres, que ficam com medo de fazer o exame. Mesmo assim, estimulamos o teste, que é simples e pode resolver alguns problemas futuros”, pontuou a gerente, responsável pela ação realizada na véspera do Dia Nacional de Combate à Sífilis. Nesta tarde, outros 50 testes estarão disponíveis para outras pacientes interessadas.
Ginecologista do HAM, Carlos Alberto ratifica a necessidade da sensibilização. “Em casos positivos, o tratamento, gratuito, é feito com duas doses de penicilina”, disse. Com sintomatologia silenciosa, o principal problema da sífilis é a possível transmissão para as crianças durante a gravidez, a chamada transmissão vertical. “Aborto, má formação do feto, problemas neurológicos e cegueira são algumas consequências provocadas nas crianças”, resumiu.
Assim, o aconselhamento é fazer o teste periodicamente. No caso de gravidez, é necessário incluir o exame no pré-natal. “Durante a gestação, é preciso ter o diagnóstico até um mês antes do parto. Depois, o tratamento não é tão eficaz”, comentou o ginecologista. Além dos testes, o HAM reuniu mais de 100 profissionais de saúde da Região Metropolitana do Recife em simpósio para tratar de sífilis e de doenças sexualmente transmissíveis, transmissões verticais e hepatite B e C.
HIV – A Secretaria Estadual de Saúde (SES) também irá disponibilizar testes rápidos para sífilis e HIV, no pátio da Igreja do Carmo, na avenida Dantas Barreto, a partir das 15h de hoje (15/10). Ao todo, 12 profissionais estarão recebendo a população, em um trailer, para tirar dúvidas sobre essas doenças e realizar os exames. Serão cerca de 300 kits para ambas as doenças. O resultado sai em menos de 30 minutos.
DOENÇA – A sífilis é uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum. Ela pode ser transmitida por meio de relações sexuais sem preservativos, pela transfusão de sangue contaminado e da mãe para o bebê, durante a gestação e o parto – conhecida como sífilis congênita. Estima-se que, a cada ano, 48 mil gestantes sejam infectadas pela doença no País. Desse total, aproximadamente 12 mil crianças adquirem sífilis congênita.