As crianças têm se queixado de dores cada vez mais cedo; dores causadas pelo grande numero de atividades, peso excessivo das mochilas, longos períodos em frente à TV e uso intenso do computador e videogame.  
Também a ergonomia escolar inadequada muitas vezes leva os alunos em fase de crescimento e desenvolvimento a apresentar alterações posturais após alguns anos de ida à escola. Hoje em dia é comum notarmos crianças que apresentam alterações posturais, e que podem ser responsáveis pela diminuição do interesse do estudante pelas atividades propostas em sala de aula.Os padrões posturais assumidos em sala de aula são muito importantes. Estudos demonstram que a maioria das crianças senta na maior parte do tempo com o tronco flexionado, utilizam a mão sobre o queixo durante as atividades na carteira escolar na tentativa de aliviar o peso da cabeça e a maioria apresenta queixas na região do pescoço e da cabeça.

As mochilas dos estudantes têm peso superior ao recomendado para o seu corpo. *Cerca de 80% das crianças entre 8 a 10 anos já apresentam dores nas costas. O transporte de carga excessiva na mochila escolar pode levar os estudantes a ter sequelas severas em sua saúde, incluindo dores na coluna, alterações na marcha e má postura.

Pelo fato de serem crianças, e não adultos, o esqueleto está em fase de formação, sendo mais susceptível a deformações e as estruturas músculoesqueléticas, apresentam menor suportabilidade à carga. O excesso de peso é um fator causador da lordose lombar, pois altera a linha do quadril em função do abdômen proeminente. Hábitos posturais incorretos adotados desde o ensino fundamental são motivos de preocupação.

 A postura adequada na infância ou a correção precoce de desvios posturais nessa fase possibilitam padrões posturais corretos na vida adulta, pois esse período é da maior importância para o desenvolvimento músculoesquelético do indivíduo com maior probabilidade de prevenção e tratamento dessas alterações posturais na coluna vertebral.

Problemas físicos que podem acometer crianças e adolescentes e que têm início na fase de crescimento constituem fator de risco para disfunções da coluna vertebral irreversíveis na fase adulta. A idade escolar compreende a fase ideal para recuperar disfunções da coluna de maneira eficaz. Após esse período, o prognóstico torna-se mais difícil e o tratamento mais prolongado, pois a ossatura e a musculatura já estão formadas. Hoje em dia, a prevenção é uma área de grande crescimento na saúde e a fisioterapia preventiva transformou-se em um dos grandes diferenciais na escola.

O fisioterapeuta tem um papel fundamental no diagnóstico e tratamento de distúrbios do desenvolvimento, avaliando e identificando qualquer alteração no quadro neuropsicomotor. A intervenção desse profissional visa estabelecer e/ou restabelecer a funcionalidade do movimento, trabalhando no sentido de ensinar à criança posturas e **movimentos funcionais, principalmente através da promoção de experiências motoras adequadas. A fisioterapia preventiva escolar ainda representa um campo novo, mas de grande importância no processo do desenvolvimento da criança e do adolescente.

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Jorge Brandão

Fisioterapeuta, Osteopata, RPGista. Diretor da clinica Fisio Vida.

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