Adolescentes são apreendidos com arma de brinquedo

Com 12 anos de idade, aproximadamente 1,20 m de altura, um corpo entroncado e o jeito de uma criança. Mas o palavreado e a autoridade se assemelham às de um adulto já descolado no mundo do crime. O garoto com essas características causou minutos de pavor a uma estudante de fisioterapia, na tarde de ontem (25). Na companhia de mais dois adolescentes, um de 14 e outro de 16 anos, ele invadiu o veículo da estudante, com um revólver de brinquedo.

A estudante de fisioterapia, Ediana Silva, 30, estava a caminho da universidade. No momento em que trafegava pela avenida Marquês de Herval, esquina com a travessa Antônio Baena foi surpreendida com a presença dos três garotos. “Eles bateram no vidro (do carro), apontaram a arma na minha direção e mandaram eu abrir a porta”, descreveu sobre os primeiros momentos do assalto.

Em seguida, eles invadiram o veículo e começaram as exigências. O menino de 12 anos sentou no banco da frente e passava todos os comandos em tom de autoridade. “Ele mandava eu passar tudo: relógio, bolsa, queria levar o som do carro, mas não deu. E ainda dizia ‘se ela reagir pode atirar’”, relembrou a vítima.

Após passar aproximadamente 15 minutos na companhia do trio, a estudante se sentiu aliviada quando viu uma viatura da polícia. Alguém que viu a ação dos três passou a informação para o Centro Integrado de Operações (Ciop) e policiais militares foram verificar.

“Quando eles viram a polícia eles disseram que tinha sujado e fugiram do carro”, explicou. Mas Ediana pediu ajuda e os policiais colocaram a moça na viatura para ir em busca dos garotos, e quando estavam no canal da Antônio Baena eles foram apreendidos, contou Ediana.

HISTÓRICO

Os três garotos foram apreendidos e levados para a Divisão de Atendimento ao Adolescente (Data), onde os policiais militares fizeram um breve histórico da vida de cada um. O garoto de 12 anos já é conhecido da polícia. Há alguns meses, ele estava no comando de uma negociação com a polícia, após se envolver em ocorrência com reféns, no bairro da Pedreira.

Na ocasião, segundo os policiais, ele usou a mesma autoridade com a polícia: durante a negociação exigiu refrigerante e cigarro. “Ele é petulante, sempre age dessa mesma forma. Tem pouco tempo que ele foi liberado de um centro de recuperação. Os pais dele nem vão aparecer aqui; os dois são traficantes, a mãe está presa”, disse o soldado Sales.

O adolescente de 14 anos também já é conhecido, “nós tivemos a informação que a mãe dele já não aguenta mais essa situação, ela abriu mão dele” completou o policial militar. O único responsável que os policiais estavam a espera era do adolescente de 16 anos.

A reportagem tentou falar com os garotos, mas eles não quiseram prestar declarações. Quando não ignoravam as perguntas, eles apenas sinalizavam negativamente com a cabeça. (Diário do Pará)

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Jorge Brandão

Fisioterapeuta, Osteopata, RPGista. Diretor da clinica Fisio Vida.

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