Lucas teve a perna reimplantada após ser atropelado em dezembro (Foto: Divulgação/SES/Mauricio Bazilio )

No dia 10 de dezembro de 2010, Lucas estava sentado em uma calçada de Xerém quando um carro em alta velocidade passou por cima da sua perna. O menino foi socorrido e encaminhado para o Hospital de Saracurana, também na Baixada, onde funciona um programa chamado SOS Reimplante.

“Em dezembro, quando meu filho ficou 23 dias internado no CTI, os médicos disseram que a perna implantada podia não ser aceita pelo organismo. Foi um milagre tudo dar certo”, contou a mãe de Lucas, Patrícia da Silva Ferreira.

Recuperação

Após a cirurgia de reimplante, Lucas passou por mais uma intervenção em março para retirar um alongador que foi colocado na perna. No dia 10 de junho, o menino voltou ao hospital para uma cirurgia no joelho. Segundo o coordenador e médico do SOS Reimplante, João Recalde, a previsão é que ele tenha uma vida praticamente normal.

“A perna foi decepada pouco acima do joelho, por isso agora estamos trabalhando para que ele recupere o movimento do joelho. Após esse período, devemos fazer mais uma cirurgia para igualar o nível das duas pernas”, explicou.

De acordo com o médico, as pernas estão com comprimentos diferentes já que, até os nervos do membro implantado se regenerarem, o crescimento ficou prejudicado. Enquanto isso, a perna sadia continuou seu crescimento normal. “Por ele ser criança a recuperação é melhor. Por enquanto ele está usando um sapato para igualar o tamanho das duas pernas. Ele poderá ter dificuldades para correr, jogar futebol, mas vai voltar a ter uma vida normal”, disse confiante o médico.

Quando recebeu a notícia de que possivelmente não poderia mais jogar futebol, Lucas lamentou. “O que eu mais gostava de fazer era jogar bola, mas os médicos disseram que eu só volto a correr por um milagre”, disse.

Estudos
A mãe de Lucas contou que devido ao acidente, o menino estuda em casa. Ele cursa o 5º ano da Escola Wilson de Oliveira Simões, em Duque de Caxias, onde a família mora. Toda sexta-feira a mãe vai até a instituição buscar as matérias que foram explicadas durante a semana. Segundo ela, a Secretaria de Educação do município prometeu um carro especial para levar o menino ao colégio, mas isso não aconteceu.

“A secretaria tinha prometido um carro, mas isso ainda não ocorreu. Ele estuda em casa, faz o dever de casa. Nas horas vagas joga vídeo game, vai na rua, solta pipa”, disse ela. Procurada pelo G1, a Secretaria de Educação informou que iria apurar a situação do menino.

Depois de seis meses do acidente, Lucas faz fonoaudiologia, fisioterapia e é atendido por um psicólogo. O menino tenta voltar a ter uma vida normal. “Ele me abraça, me beija e diz: ‘mamãe, está ficando tudo bem, minha vida está voltando ao normal’”, emociona-se Patrícia.

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Jorge Brandão

Fisioterapeuta, Osteopata, RPGista. Diretor da clinica Fisio Vida.

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