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Assim como a Incontinência Urinária, a Incontinência Fecal também é uma questão de saúde pública. Estima-se que 2 a 7% da população apresente algum grau de IF, porém esses dados podem não ser fidedignos, uma vez que grande parte da população não busca tratamento devido ao medo, frustração e vergonha. E a incidência é maior em 15% das mulheres com mais de 50 anos.

Mas afinal, o que é a Incontinência Fecal?

A Incontinência Fecal (IF) é o termo utilizado para englobar tanto a perda involuntária de material fecal quanto de gases, sendo caracterizada como a incapacidade para manter o controle fisiológico do conteúdo intestinal em local e tempo socialmente adequados, levando a perda involuntária de fezes líquidas, pastosas ou sólidas. Essa alteração funcional pode gerar insegurança, perda da autoestima, angústia, depressão, transtornos físicos, mentais e sociais, que podem contribuir para uma piora na qualidade de vida dos indivíduos.

As causas mais comuns são: Lesões diretas nas estruturas musculares Problemas congênitos Doenças inflamatórias do intestino Doenças neurológicas Abuso laxantes Envelhecimento Diminuição da complacência retal Tabagismo, Índice de massa corporal elevado, Síndrome do intestino irritável, Colecistectomia (retirada cirúrgica da vesícula biliar), Retocele (prolapso do reto) Incontinência urinária com urgência.

O tratamento fisioterapêutico de pacientes com IF tem como objetivos: Melhorar a propriocepção vesical, retal e perineal; Tonificar os músculos do assoalho pélvico, aumentando sua funcionabilidade, através da melhora da coordenação, força e resistência muscular e da sensibilidade anorretal; Melhorar o reflexo de fechamento perineal ao esforço; Melhorar o ciclo de continência — evacuação, além de melhorar a qualidade de vida.

A Fisioterapia Uroginecológica é apontada como procedimento de primeira escolha no tratamento da incontinência fecal ou anal, podendo evitar ou até mesmo postergar o processo cirúrgico. O tratamento de reeducação muscular e sensitiva pode ser feito através de técnicas manuais, uso do balonete, cones vaginais, biofeedback, eletroterapia uroginecológica e outras técnicas, de acordo com cada causa. Para que o tratamento fisioterapêutico apresente melhores resultados, é importante que seja associado a orientações sobre a reeducação evacuatória, ingesta adequada, terapia comportamental e consciência corporal. Após uma cirurgia ou para casos de incontinência fecal onde não há lesão total dos nervos correspondentes, a fisioterapia apresenta resultados bastante satisfatórios, podendo regredir a incontinência em até 100%.

Fontes: BARACHO, E. Fisioterapia Aplicada à Obstetrícia, Uroginecologia e Aspectos de Mastologia. 4 ed. Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 2007. DOLKEN. M.; BECKER. H. A. Fisioterapia em Ginecologia. Ed. Santos: São Paulo, 2007 GUCCIONE. A. Fisioterapia geriátrica. 2ªed. Rio de Janeiro: editora Guanabara Koogan,2002. MEDEIROS, J. A. S.; LEITE, J. M. F.; PIMENTEL, J. M. P. Latência Motora Média Terminal dos Nervos Pudendos em Indivíduos Normais e em Doentes com Incontinência Fecal. GE. Jornal Português de Gastrenterologia, 7:80-84, 2000. Cooper Z, Rose S. Fecal incontinence: a clinical approach.Mt Sinai JMed. 2000;67(2):96-105. BARBOSA JMM, DIAS RC, PEREIRA LSM. Qualidade de vida e estratégias de enfrentamento em idosos com incontinência fecal: uma revisão da literatura. Rev Bras Geriatr Gerontol.2007;10(3):383-99. FERREIRA L. Intervenção fisioterapêutica na incontinência fecal no idoso. Arquivos Brasileiros de Ciências da Saúde, v.37, n. 3, p. 168-172, Set/Dez 2012

*Pintura “Mulher Sentada”, de Cacilda.

Fonte: http://vilamamifera.com/fisioterapiafeminina/o-papel-da-fisioterapia-na-incontinencia-fecal/

About the Author

Jorge Brandão

Fisioterapeuta, Osteopata, RPGista. Diretor da clinica Fisio Vida.

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