Em Fortaleza, o projeto “Mais Leitura Ceará” surge com o objetivo de fazer a diferença na periferia. Realizado em duas escolas de bairros com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), traz palestras, oficinas e dinâmicas temáticas de incentivo à leitura.
A programação teve início na Escola Municipal Professor Américo Barreira, no bairro Genibaú, no dia 11 de agosto. Na ocasião, Ednusa Marques, diretora da instituição de ensino, reconheceu a importância do incentivo ao hábito, “que ainda é defasado”. Hoje (20) é a vez da Escola de Ensino Fundamental e Médio Antonieta Siqueira, no Pici, abrir as portas para o projeto.
Aprovado no edital “Nossa Ação Muda a Cidade – Protagonismo Juvenil”, da Prefeitura de Fortaleza, é iniciativa de Lucas Almeida, 21. “Inicialmente seria apenas a teoria, mas percebi que não era o suficiente”, diz o estudante de jornalismo.
A programação conta com atividades lúdicas e dinâmicas para as crianças, além de 12 oficinas para alunos de ensino fundamental, médio e EJA. “Tudo foi pensado no sentido de que é preciso repassar conteúdo atraente”, complementa o proponente.
Há também dois concursos para “estimular o desenvolvimento da escrita, da criatividade e da reflexão social”, além de servir como fomento para potenciais novos talentos. No primeiro, os alunos poderão escolher um, dentre cerca de 200 livros que serão doados a cada escola, para produzir uma resenha escrita e apresentação oral. No segundo, os 20 melhores textos de escrita criativa serão publicados em um livro.
Rodrigo Silva, 16, diz que o projeto traz conteúdo de forma envolvente, diferentemente das aulas que seguem “a mesma metodologia de sempre”. O aluno da Escola Américo Barreira conta que os assuntos tratados na palestra são transmitidos “como uma arte”.
Emerson Bastos ministrou a palestra “Poesia e Publicação Impressa Independente”, no qual trabalha a diferenciação de poesia, poema e arte visual, além de fazer uma passagem pela história de publicações independentes, como os fanzines. “A intenção é incentivar tanto a leitura quanto a escrita”, diz o poeta sobre sua participação no evento.
O estímulo funciona. No final de uma palestra no turno da tarde, Bastos recebeu um aluno que compartilhou um poema escrito a próprio punho com o poeta. Já na Contação de Histórias, que ocorreu na sequência com a atriz Natália Falcão, houve interesse de alunas por aulas de teatro.
Monica Mesquita, professora da turma do 6º ano da escola localizada no bairro Genibaú, comenta que o incentivo à leitura “é um trabalho de formiguinha”, que deve ser feito “devagar e sempre”. Monica afirma ainda que “o projeto veio complementar o trabalho educativo enriquecendo as experiências de leitura dos alunos”.
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