Hoje o Facebook me lembrou de três aniversários. Desses, dois grandes amigos.

O primeiro, conheci ainda durante o período escolar. Na 5ª série do Ensino Fundamental. Perdoa se eu estiver errado, amigo, mas sei que é por aí. Aliás, do jeito que as coisas mudam rápido, nem sei se ainda chamam assim. Que época mais esquisita foi a escola, hein? Deixa esse pedaço quieto. Como ia dizendo, Guilherme é um amigo valioso. Acho que nunca disse isso pra ele, mas os amigos sempre sabem sua importância. Ele é desses que a gente liga de manhã cedo pra contar as tragédias que passam no jornal ou que alguém anunciou no Twitter. Desses que a gente tinha medo de contar as diferenças para não decepcionar e que depois me fez pensar, por que, afinal, não contei antes? É desses que topam sair por essa cidade pra caçar Pokémon. Sem igual.

Anos depois, já na faculdade, conheci a Sayo. Poucos anos mais velha que eu, divide comigo a difícil tarefa de conciliar o dever com o sonho. Cada um dentro da sua realidade. Do lado de cá, acho que chutei o balde, mas essa é outra história. O sotaque carioca não me deixava esquecer que, assim como ela, eu também preciso conhecer o mundo. Fizemos planos de realizar o TCC juntos. Não deu. Ela precisou voltar para o Rio de Janeiro, mas o sotaque, desconfio, ficou em Fortaleza. Escuto o chiado a cada frase que leio no WhatsApp. E as conquistas no Erre Jota, sinto daqui. Vibro aqui. A gente sabe as dificuldades de entrar nesse mercado. Não é fácil, mas é possível. À propósito, que saudade, Sayonara. Não demora eu te visito.

E o terceiro aniversariante? Ainda me pergunto se não deu tempo de conhecer melhor ou se eu que não aproveitei o tempo que passei na outra faculdade. Não estava no lugar certo, no curso certo. Sabia que precisava mudar. E mudei. Fui atrás do tal sonho – de novo, outra história. De lá, guardo algumas pessoas que sou grato em ter conhecido. Mas o terceiro aniversariante, esse eu não consegui conhecer tão bem como conheço o Guilherme e a Sayo. Ele fez a passagem. Lembro do carisma. Isso ficou marcado como poucas coisas daquele lugar. Acho que eu poderia ter feito esforço para conhecer as pessoas. Quem sabe não teríamos sido grandes amigos? Deixei o curso pela metade. Deixo muito pela metade. Deixamos todos.

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Rubens Rodrigues

Jornalista. Na equipe do O POVO desde 2015. Em 2018, criou o podcast Fora da Ordem e integrou as equipes que venceram o Prêmio Gandhi de Comunicação e o Prêmio CDL de Comunicação. Em 2019, assinou a organização da antologia "Relicário". Estudou Comunicação em Música na OnStage Lab (SP) e é pós-graduando em Jornalismo Digital pela Estácio de Sá.

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