Com ingressos esgotados, Johnny Hooker se apresenta no Cineteatro Sao Luiz Fortaleza nesta sexta-feira, 20 (Foto: Divulgação)

Com ingressos esgotados, Johnny Hooker se apresenta no Cineteatro Sao Luiz Fortaleza nesta sexta-feira, 20 (Foto: Divulgação)

De todas as coisas que movem o pernambucano Johnny Hooker, o desejo talvez seja a mais forte delas. Filho da cineasta Liz Donovan e do fotógrafo Gil Vicente, John Donovan, como foi batizado, entende bem que o poder da provocação. Com show dividido em atos que amarram o conceitual ‘Eu Vou Fazer uma Macumba Pra te Amarrar, Maldito!’ (2015), Hooker se despede da turnê no Cineteatro São Luiz Fortaleza – lugar que conheceu ainda criança em uma das edições do Festival Cine Ceará – nesta sexta-feira, 20.

“Lembro de ter ido (ao Cineteatro São Luiz) quando era só cinema. Fui ainda criança com a minha mãe, que é cineasta e concorreu na mostra competitiva de curta-metragens do Festival Cine Ceará”, lembra o cantor.

A combinação de ritmos brasileiros com a intensidade das letras e a performance no palco pinçaram o que veio a se tornar um representante da música verdadeiramente pop no Brasil. O sucesso da turnê sustenta. Só em Fortaleza foram três vindas, a primeira antes mesmo da tour de divulgação do disco começar. Fora a apresentação de amanhã que já está com ingressos esgotados, como na maioria das vezes em que esteve na cidade alencarina.

“Rodar o Brasil foi uma oportunidade gigante de conhecer melhor o País porque o Brasil, na verdade, são muitos países”, pondera. “Foi um grande encontro e Fortaleza foi uma das cidades que mais me inspirou, inclusive no começo dos trabalhos do próximo disco”.

Das 10 faixas do ‘Macumba’, seis canções ganharam vídeo clipes. “Volta” e “Amor Marginal” já somam mais de 5 milhões de visualizações. Último da safra, “Você Ainda Pensa?”, com participação da atriz Renata Sorrah, marca a despedida do Deus do Desejo, entidade que permeia as histórias de amor e libertação cantadas em seu primeiro disco solo.

“A intenção de fazer mais vídeos a gente sempre tem, mas é muito caro”, diz. Hooker explica que os recursos foram divididos com a produção do DVD, previsto para ser lançado neste ano. “Adoro essa coisa dos álbuns visuais, da ópera rock”, a exemplo de ‘Tommy’ (1969), do The Who, e ‘The Wall’ (1979), do Pink Floyd. “Vamos ver se no próximo a gente consegue esse passeio pelas faixas. Por esse já está encerrado”.

Novo álbum terá participação de Liniker e Gaby Amarantos (Foto: Divulgação)

Novo álbum terá participação de Liniker e Gaby Amarantos (Foto: Divulgação)

Depois de quase dois anos nos palcos brasileiros, o próximo passo do artista é entrar em estúdio. “Turnê é incrível, mas chega uma hora que você sente vontade de criar”.

Delírio tropical

Prestes a entrar em estúdio, o novo disco já se desenha. Saindo do “mergulho na noite e nas dores” do obscuro ‘Macumba’, o novo registro vai respirar a brisa do litoral. “É como se fosse um amor de praia. As coisas que acontecem nessas cidades praieiras, como um delírio tropical. Uma coisa mais calorosa, dançante mas não menos dramática”, sugere.

Ainda sem título definido, o trabalho não é uma continuação de seu antecessor, concebido “sem a obrigação de contar uma história amarrada” ao longo das músicas. Dessa forma, o Deus do Desejo sai de cena. Quem reparou no minuto final do último vídeo, viu a entidade que guia a personagem de Sorrah desaparecer e dar as boas vindas à uma persona vestida de branco.

Para o segundo disco de inéditas, Hooker promete parcerias, como adiantou o blog Repórter Entre linhas nesta quarta-feira. Já no primeiro single, ele divide os vocais com a paraense Gaby Amarantos. Liniker, vocalista da banda Liniker e os Caramelows, também foi convidado. Além disso, Hooker revela ainda que vai participar do próximo álbum do cantor Paulo Miklos. Ambos os discos saem pelo selo Natura Musical.

Johnny Hooker pretende lançar seu próximo álbum já em julho deste ano. “2017 vai ser melhor e maior. Eu espero”.

About the Author

Rubens Rodrigues

Jornalista. Na equipe do O POVO desde 2015. Em 2018, criou o podcast Fora da Ordem e integrou as equipes que venceram o Prêmio Gandhi de Comunicação e o Prêmio CDL de Comunicação. Em 2019, assinou a organização da antologia "Relicário". Estudou Comunicação em Música na OnStage Lab (SP) e é pós-graduando em Jornalismo Digital pela Estácio de Sá.

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