Banda Selvagens à Procura de Lei

Há cinco anos, a banda Selvagens à Procura de Lei lançava o segundo álbum da carreira, autointitulado, com músicas que projetariam o grupo cearense nacionalmente. Foi a primeira vez que a banda formada por Gabriel Aragão (vocal, guitarra e teclado), Rafael Martins (vocal e guitarra), Caio Evangelista (vocal e baixo) e Nicholas Magalhães (vocal e bateria) lançou disco pela Universal Music.

Do álbum SAPDL saíram os sucessos “Brasileiro”, “Despedida” e “Enquanto Eu Passar na Sua Rua”. O primeiro disco, Aprendendo a Mentir foi lançado em 2011 de forma independente – veja aqui o Faixa a faixa do disco. Já o esperado terceiro álbum, Praieiro, veio em 2016. É dele a música “Tarde Livre”, eleita como a melhor daquele ano pelos leitores da revista Rolling Stone Brasil.

A Selvagens à Procura de Lei já fez mais de 100 shows ao redor do País, do Lollapalooza ao festival Maloca Dragão, onde a banda gravou seu primeiro registro ao vivo para um público de 20 mil pessoas.

Faixa a faixa: Selvagens à Procura de Lei (2013) – Selvagens à Procura de Lei
Por Gabriel Aragão

Massarrara: “A gente queria falar sobre os meninos de rua, mas do ponto de vista deles, sem julgamentos. Não era uma letra fácil de criar. Capitães da Areia deu a inspiração que a gente precisava pra contar essa história de um jeito leve e pé no chão”.

Juventude Solitude: “Como boa parte do disco, falamos sobre crescer, jogar velhas roupas fora e seguir em frente. Temas super inspirados no Alucinação, do Belchior. Essa fala um pouco sobre o isolamento como o preço a se pagar por certas decisões. Será que você vai se tornar o que esperam de você?”

“Lançamos Brasileiro em 2013, umas duas semanas antes das manifestações daquele ano. Muita gente conheceu a banda com essa música. Quase não entrou no disco. Fala daquela indignação presa na garganta que todo brasileiro tem, uns mais outros menos, mas está ali”.

Música de Amor Número Um foi a primeira vez que a gente gravou uma música acústica. Esse foi um disco de muitas “primeiras vezes”. Meio Bob Dylan, Beatles, Legião Urbana…”

Despedida: “A ideia de ter o Nicholas nos vocais pela primeira vez veio depois da gente ouvir ele cantando Tim Maia. Mudou completamente o nosso som e abriu muitas portas pra gente. É uma das músicas mais especiais dos Selvagens”.

Sr. Coronel quase entrou no disco anterior. Conta a história de um velho coronel, que serviu na ditadura. Na época, a gente parecia cantar sobre uma realidade distante… Quase como se fosse algo que estava para morrer. Hoje, infelizmente, está cada vez mais surreal tocar essa música. Mas acredito que insistir nela também seja uma forma de resistência”.

Carrossel em Câmera Lenta: “Imaginei um casal dançando junto, em câmera lenta, num relacionamento que se deteriora lentamente. Como se fosse uma pintura abstrata. É sobre as comodidades e as ironias que um amor pode se tornar”.

Mar Fechado foi um desafio pra gente na época. Inspirada em tantas coisas diferentes… Caetano, Beatles, Pink Floyd… colocamos um pé na psicodelia com essa. Um momento marcante na nossa história”.

Crescer Dói é mais uma sobre amadurecer. Mais simples e direta. Quase um mantra. Bem Sigur Rós”.

Enquanto eu Passar na Sua Rua puxa pra um lado mais solar do disco. Nunca sai do nosso repertório. Tem uma pegada mais rock nacional tipo Skank, Lobão”.

O Amor Existe, Mas Não Querem que Você Acredite: “Na época, tentei escrever sobre o meu avó, que havia partido. Mas hoje dedicamos a dois fãs muito queridos de Fortaleza que já não estão entre nós. O disco se encerra com ela recitando uma frase do Paulo Leminski que vi num muro de São Paulo: ‘distraídos venceremos'”.

About the Author

Rubens Rodrigues

Jornalista. Na equipe do O POVO desde 2015. Em 2018, criou o podcast Fora da Ordem e integrou as equipes que venceram o Prêmio Gandhi de Comunicação e o Prêmio CDL de Comunicação. Em 2019, assinou a organização da antologia "Relicário". Estudou Comunicação em Música na OnStage Lab (SP) e é pós-graduando em Jornalismo Digital pela Estácio de Sá.

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