Por Isabel Costa
(leiturasdabel@gmail.com)

(Foto: HBO)

Hoje é o encerramento de um ciclo internacional. Desde 2008, domingo após domingo, o mundo se reúne para assistir Game of Thrones. A produção da HBO baseada nos livros de George R. R. Martin é mais que um produto audiovisual.

“Ser em formato semanal é provavelmente uma das fortalezas de GoT, assistindo semanalmente, as pessoas têm tempo para digerir o que veem”, diz o produtor de conteúdo Kaio Anderson, responsável pelo podcast Sete Reinos. Em plataformas de streaming, ele explica, as temporadas são lançadas sexta-feira e, na segunda seguinte, o público “já viu tudo e o assunto cansou”.

Com GoT, entretanto, são semanas e mais semanas de conversas, teorias mirabolantes e confabulações sobre como serão os próximos passos das personagens.

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“Sobre algumas histórias, as pessoas gostam de especular, teorizar e imaginar possibilidades. Quando a temporada vem completa sobra pouco espaço para isso. Algumas narrativas vão tirar vantagem disso, pois muitos defeitos podem se diluir ao você assistir à temporada inteira de uma tacada só”, elucida o escritor Wilson Júnior.

E especulações não faltaram. A oitava – e última temporada – começou a ser transmitida no dia 14 de abril. Desde então, cada domingo tem sido uma reviravolta para os fãs. Mas, diferente do que se apostava, são muitas as reclamações e as queixas sobre desarticulação.

“GoT tinha temporadas de dez episódios, a penúltima apenas sete e essa última somente seis. Sendo que sempre foi uma narrativa lenta, de peças se posicionando como no jogo de xadrez, acredito que esse corte nos episódios tenha apressado as coisas e essa pressa derruba a qualidade”, argumenta Wilson.

(Foto: HBO)

É fato que as primeiras temporadas de GoT se caracterizam por guinadas inesperadas no desenrolar dos fatos. Essa certeza de ter a surpresa se firmou como uma das marcas da produção. Mas o criador o escritor George R. R. Martin não conseguiu dar continuidade à produção dos livros. E as últimas temporadas estão “descoladas” da sua narrativa base, os livros denominados As Crônicas de Gelo e Fogo.

“Nós temos muitas críticas ao andamento da última temporada. Na verdade, as críticas já vieram das temporadas passadas. Desde que o criador simplesmente saiu da produção, ele escrevia um episódio por temporada e fazia consultoria, mas acabou saindo. Não tem fundamento em cima da obra original”, lamenta Rildon Oliver – editor do site CosmoNerd.

São muitas as conjecturas sobre como será encerrada a série que mais mobilizou espectadores nos últimos tempos. “Podemos esperar o que a Daenerys prometeu: fogo, sangue e lágrimas”, diz Wilson.

“O que acredito é que o Jon e a Daenerys vão entrar em um conflito pesado. Arya foi mostrada no epicentro da destruição de Porto Real e viu o poder de destruição da Daenerys. Ela vai salvar o Jon matando a Daenerys”, aposta Rildon. “Um encerramento amargo. Não acredito que veremos muitos finais felizes”, diz Kaio.

(Publicada originalmente no jornal O POVO deste domingo)

About the Author

Rubens Rodrigues

Jornalista. Na equipe do O POVO desde 2015. Em 2018, criou o podcast Fora da Ordem e integrou as equipes que venceram o Prêmio Gandhi de Comunicação e o Prêmio CDL de Comunicação. Em 2019, assinou a organização da antologia "Relicário". Estudou Comunicação em Música na OnStage Lab (SP) e é pós-graduando em Jornalismo Digital pela Estácio de Sá.

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