Daniel Peixoto e Getúlio Abelha são um só na capa de “La Isla Bonita” (Foto: Rafael Monteiro / Arte: Fábio Viana)

La Isla Bonita” marcou a carreira de Madonna, que abraçava pela primeira vez as influências da música latina nos idos de 1986, com o lançamento do álbum True Blue. Trinta e cinco anos depois, a canção ainda é lembrada como um dos grandes sucessos da artista, que ajudou a definir os caminhos do hoje tão concorrido pop latino.

Agora, Daniel Peixoto e Getúlio Abelha se unem em uma versão que foge das releituras já realizadas da música para entrar ainda mais nas influências brasileiras. “La Isla Bonita“, nas vozes de Peixoto e Abelha, chega às plataformas de streaming nesta sexta-feira, 14, dois dias antes do aniversário da artista.

A música está no repertório do show “The Immaculate Tribute“, que Daniel Peixoto realiza desde 2018, com releituras de clássicos da rainha do pop. DJ Chernobyl, da banda gaúcha Comunidade Nin Jitsu, assina a produção.

Este é o primeiro single de Daniel Peixoto depois da releitura de “Postal de Amor”, com Filipe Catto. No mesmo período, Getúlio Abelha lançou o forró “Sinal Fechado” – que, bebendo do gótico, ganhou clipe repleto de referências do cinema de horror.

+ Daniel Peixoto e Filipe Catto em dueto potente

“Quando comecei o Projeto DP, apresentei as opções que eu tinha pensado que o Getúlio poderia cantar e foi ele quem escolheu gravar ‘La Isla Bonita'”, diz o caririense. Além de “Postal do Amor”, o artista lançou pelo Projeto DP ainda “Colégio de Aplicação” e “O Vira”, além da edição remixada do álbum Mastigando Humanos.

A escolha do DJ Chernobyl como produtor é natural, pois ele assina também o disco Mastigando Humanos, incluindo canções como “Flei” e “Shine“. É a partir dessa parceria, a música escrita por Madonna, Patrick Leonard e Bruce Gaitsch ganha ares ainda mais brasileiros. Reza a lenda do pop que a canção chegou a ser oferecida para Michael Jackson.

“Eu sabia que o DJ Chernobyl ia dar a liga que eu queria, que era misturar o eletro com os beats tropicais e tirar o tropical do óbvio. ‘La Isla Bonita’ já tem essa sonoridade tropical, é uma música flamenca”, explica Peixoto.

“Fiquei intrigado porque a própria Madonna já fez várias releituras para as turnês, todas dentro do conceito latino. Falei para o Chernobyl que agora a gente precisava colocar a guitarrada, que é uma característica dele e trazer pra esses batuques mais afro brasileiros”, revela.

As influências latinas de Madonna refletia inclusive nos figurinos das turnês, indo de um vestido flamenco na The Girlie Show World Tour (1987) ao segmento hispânico da Rebel Heart World Tour (2015). A última vez que “La Isla Bonita” foi performada pela artista foi na Madame X Tour (2019).

About the Author

Rubens Rodrigues

Jornalista. Na equipe do O POVO desde 2015. Em 2018, criou o podcast Fora da Ordem e integrou as equipes que venceram o Prêmio Gandhi de Comunicação e o Prêmio CDL de Comunicação. Em 2019, assinou a organização da antologia "Relicário". Estudou Comunicação em Música na OnStage Lab (SP) e é pós-graduando em Jornalismo Digital pela Estácio de Sá.

View All Articles