Roupa é questão de gosto e não de gênero. Bem, ao menos é sobre isso que a moda vem mostrando nos últimos tempos.

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Em 1992 o cinema adaptou Orlando, obra de Vírginia Woolf que conta a história de um príncipe que simplesmente acorda mulher. Para marcar essa transformação no livro a escritora inglesa usa e abusa dos sentimentos e convenções políticas. No cinema, além do talento da atriz Tilda Swinton ,  para marcar a transição de sexo, foi usado o figurino (que concorreu ao Oscar) penteado e maquiagem. Isso deixa claro, para o telespectador que quando Orlando trocas as calças por vestidos, se torna Lady Orlando.

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Se isso acontecesse hoje, depois dos desfiles de inverno de Milão desse ano, seria mais difícil. Marcas como Prada, Maison Margiela, Saint Laurent e Giorgio Armani investiram em moda unissex. Isso mesmo! Roupas para eles e para elas. A estilista Miuchia Prada chegou a dizer que suas criações são simplesmente para pessoas, sejam homens e mulheres. E você, o que acha disso? Seria a roupa mista o futuro!

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No inicio do ano, a loja britânia Selfridges, conhecida pelo seu posicionamento moderno, aboliu o setor masculino e feminino. O porta voz da empresa chegou a declarar: “Queremos que nossos clientes embarquem em uma jornada em que eles possam comprar roupas e se vestir sem limitações e estereótipos”.

o modelo Andrej Pejic, considerado uma das 100 mulheres mais lindas do mundo.

o modelo Andrej Pejic, considerado uma das 100 mulheres mais lindas do mundo.

Eu Gosto, Compro e Uso

O que essa nova moda prega é “eu gosto, compro e uso”. Mas o assunto é controverso. Ainda estamos acostumados a viver sob imposições fortes e temos uma imagem estabelecida do que é de “menino e de menina.” Já imaginou se deparar com um rapaz de vestido na rua?  Jaden Smith, filho do ator Will Smith não da a minima pra isso e  a notícia virou notícia. Ele adora usar vestidos e monta produções super estilosas e  se sente confortável. O jovem ator cria uma identidade de moda que não está relacionada a sua sexualidade.

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Aqui no Brasil, essa tendência já chegou,  junto com a 20º edição do São Paulo Fashion Week. O estilista João Pimenta, único representante exclusivamente masculino dessa edição, lançou uma coleção que pode perfeitamente ser emprestada para a namorada (ou para a melhor amiga, rs)  Sem gênero, descolada e com espírito punk.

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Outra marca que tocou nesse tema foi a UMA, que nessa edição voltou a criar para rapazes. Ao se aproximar das roupas podemos ver que o hibridismo está lá. Leve e sofisticado.

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A tendência tem tudo para se fortalecer. Os papeis de “homem” e “mulher” estão mudando na sociedade e isso reflete na indumentário e do que esperamos dela.