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Há que diga que é impossível uma roupa ser completamente agenero, visto que rapazes e moças tem anatomia diferente, mas isso é papo para outro post, enquanto isso, a Hex, prova que essa tendência está cada vez mais forte, e acaba de lançar uma coleção apadrinhada por ninguém que Agnaldo Silva e inspirada nas periferias cariocas.

O editorial ficou lindo e foi estrelado pela modelo trans, Joana Couto e pelo modelo modelo Miguel Lourenço.

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Com lançamento marcado para o dia 2 de julho às 17h no espaço Frey Kalioubi, no Rio de Janeiro, a  HEX  foi idealizada pelos irmãos Rodrigo Ferreira e Rafael Ferrero, que nasce com o propósito que vai além do vestir. Sua missão é desconstruir tabus e dogmas em torno do que é considerado “masculino” e “feminino” na moda. A marca tem a ausência de gênero como base, o que não é apenas uma tendência de temporada, mas a construção de uma marca que acredita no protagonismo e nas liberdades individuais.

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A proposta da HEX é propor uma linguagem de alta costura, trabalhando com a modelagem de alfaiataria e peças produzidas em pequena escala, o que garante que aos seus clientes exclusividade, com um biotipo delicadamente estruturado para que a mesma peça sirva tanto para o corpo masculino, quanto para o corpo feminino.

Com uso de matéria-prima e mão de obra genuinamente brasileiras e inspiração na cultura dos subúrbios do Rio de Janeiro, a marca quer mostrar que existe moda e possibilidade de criação nas periferias. E que existem propositores de tendências e formadores de opinião capazes de influenciar por toda parte da cidade. A consciência ambiental e de descarte também faz parte da marca que utiliza os retalhos transformando-os em bolsas.

Em sua primeira coleção “Do Gueto Ao Luxo”, HEX aposta em cores que não são as cores da temporada da moda, inovando também neste aspecto, onde as coleções não se guiam por tendências de temporada, mas por temáticas disparadoras das criações onde uma coleção é a continuação da outra.

Segundo Rafael Ferrero, ator e um dos idealizadores da marca, sua trajetória na periferia carioca e suas referências femininas como a mãe e a avó foram inspirações constantes para a criação da primeira coleção, assim como a trajetória e o estilo da rapper curitibana Karol Conka e o seu álbum “Batuk Freak” – tanto que o nome da coleção é título de uma de suas canções -, que traz como inspiração a ideia da visibilidade e empoderamento das minorias, o poder da periferia e zonas sem privilégios: “A sociedade me deu todos os motivos para seguir um caminho obscuro, um caminho que talvez me fizesse estar morto: preto, pobre e suburbano. A questão é que estou saindo do gueto para conquistar meu lugar ao luxo. A moda culturalmente é vista como algo para ser feito por pessoas ricas, pós-graduadas, moradoras de área nobre, pela elite que vem sobrecarregada de informação e privilégios desde o ensino básico, quando não se nasce em berço de ouro precisamos conquistar a cada dia nosso espaço, sem desmerecer o espaço do outro. A HEX vem para quebrar mais esse tabu.”, diz Rafael.”

E ai, o que achou da HEX?