Oi, famílias!
Hoje é o primeiro dia de uma parceria que vocês vão amar! Agora toda semana teremos, aqui no iMãe, um textinho escrito pela psicóloga Raisa Arruda na coluna: Mamãe é Psicóloga! A Raisa também é mãe e blogueira e vocês vão se deliciar com os textos dela! Seja bem-vinda, querida!

“Não quero ir para a escola!” – E quando a criança se recusa a voltar às aulas?

Férias chegando ao fim, e as crianças em casa empolgadas para voltar para a escola, rever os amigos, a professora, o espaço escolar, as atividades, chama os pais para comprar material novo, não é? Bom, mas nem sempre é isso que acontece, para algumas crianças o fim das férias e a volta às aulas pode ser um tormento, e muitas vezes um tormento desconsiderado pelos adultos cuidadores e responsáveis, quando não, muitos pais/responsáveis não sabem o que fazer com os sinais que as crianças apresentam.

volta às aulas

 

Quando uma criança diz que não quer ir à escola, com certa freqüência, e seu comportamento muda no dia anterior, e pela manhã antes de ir para a aula, é importante que os pais fiquem atentos. Costumamos dizer que tais comportamentos são reflexo de preguiça, e insistimos que a criança vá, sem investigar ou observar o que pode estar por detrás deste comportamento negativo à escola.

A escola deveria ser um ambiente prazeroso, pois lá a criança aprende, amplia suas capacidades, estimula sua criatividade e curiosidade, e quando isso acontece, ela se sente motivada. Além disso, por ser um espaço para crianças (e adolescentes), a escola deve ser um ambiente acolhedor, que passe segurança para a criança, e ela não se sinta abandonada ou desamparada por estar lá.

Se a criança começa a demonstrar infelicidade em ir para a escola é interessante que os responsáveis observem, para saber qual o motivo, pois esse não desejo em ir para escola pode se refletir na socialização e desempenho escolar, e em alguns casos a criança não está madura para freqüentar o ambiente e forçar à isso pode gerar estresse infantil que também é algo prejudicial para o desenvolvimento dela. Alguns dos sintomas podem parecer doenças, sem motivo algum, e muitas vezes nem os médicos encontram uma doença atrás desses sintomas, como febre, dor de cabeça, náuseas, vômitos, dor de barriga, diarréia; como também falta de apetite, mau humor, sonolência maior que o normal, enfim, os pais/responsáveis que convivem com a criança devem estar atentos à alguma manifestação – freqüente – que demonstre insatisfação com a vida escolar.

A criança pode não ter se adaptado ao modelo pedagógico, o que pode refletir no seu desempenho escolar, dificultar a aprendizagem, gerar insegurança, angústia e ansiedade. Outros motivos que podem levar ao medo de ir à escola, alguma situação de rejeição, não se sentir acolhida ou fazer parte do grupo, sofrer agressões (físicas ou psicólogicas), sentir-se negligenciada, ou sentir-se abandonada pelos pais (pais que prometem o que não podem cumprir pode gerar momentos de ansiedade e insegurança na criança, por exemplo, atrasar-se muito tempo sem avisar, prometer que fará algo e fazer outra coisa, prometer que sairá por X horas, e na verdade, passar mais tempo que o prometido, todas essas situações não dão segurança, e a insegurança gera ansiedade e medo). E ainda alguma questão familiar ou alguma mudança repentina na vida da criança pode afetar seu estado emocional, e refletir no seu comportamento perante a escola (mudança de bairro/cidade/escola, divórcio dos pais, brigas em casa, perda de um ente querido, etc.).

Em todos os casos, se a criança não tem apoio e escuta em casa, ela pode não ter iniciativa para falar desses problemas aos pais, e, dessa forma, agravar ainda mais sua ansiedade em relação a ida para escola.

Quando a questão está relacionada à escola, os pais podem buscar os professores, para buscar informações sobre a criança no ambiente escolar e na sala de aula, saber se existe alguma situação problema que a criança não comentou em casa, e até para perceber como é a relação do(a) professor(a) com os alunos, e com a sua criança, sentir como o(a) professor(a) fala a respeito pode ajudar a reconhecer se o problema da criança também não passa pela relação com o(a) professor(a), buscar os profissionais dos serviços de psicologia, para pedir orientações, e apoio para lidar com a situação, e pensar juntos em estratégias para ajudar a criança a superar e encontrar formas de lidar com o problema. Caso o problema ultrapasse os limites de atuação dos profissionais da escola, já que a psicologia escolar não é clínica, os pais podem buscar ajuda de profissionais para orientação, e, caso seja necessário, psicoterapia infantil.

Noutros casos, o medo da criança pode ser um atravessamento do medo dos pais, que acumulados durante os anos, são passados para criança, pela maneira como os pais falam a respeito da escola, ou falam a respeito da própria vida escolar. Nesses casos, buscar orientação e ajuda também pode ser necessário, para apoiar a criança a seguir em frente, e não se prender aos medos que os pais viveram na sua época escolar.

É importante que os pais observem e escutem as crianças e suas queixas, pois muitas vezes elas não tem coragem de expor, por medo de serem ridicularizadas ou rechaçadas por essa situação. Também é importante observar se o medo não está acontecendo por uma situação específica, e buscar ajudar a criança e encontrar estratégias para lidar com seus problemas, sem intervir de maneira que a criança não consiga desenvolver suas habilidades sociais – e isso pode ser feito em conjunto com a escola. Ouvir a escola também ajuda no processo de reconhecer os motivos que levam a criança a não querer ir para aula, e serve também para os pais saberem qual a postura da escola em relação à esta problemática.

Buscar apoio e orientação é fundamental para criar uma rede apoio e estratégias para ajudar a criança a superar seu medo, e adquirir confiança, segurança, e sentir-se à vontade na escola.

 

Contatos:
Raisa Arruda
Psicóloga Clinica/Escolar
CRP 11/07646
raisaarrudapsi@gmail.com
(85) 99221192
http://mamaepsicologa.wordpress.com
facebook.com/raisaarrudapsi

♥  ♥  ♥

iMãe nas redes sociais:
Facebook: facebook.com/imaeblog
Instagram: @blogimae
Twitter: @imamaeblog
Pinterest: www.pinterest.com/imaeblog

About the Author

Carol Bedê

Jornalista. Mãe da Laís e do Vinícius. Já quis ser muita coisa...depois de terminar a faculdade de letras, uma especialização e a faculdade de comunicação social (jornalismo), de uma coisa tive certeza: o que eu quero mesmo é escrever. Já escrevi sobre muitos assuntos. Tentei até fazer poesia, mas nunca achava que conseguia. Depois de ser mãe resolvi escrever sobre ser mãe, sobre bebês, sobre crianças e sobre esse mundo. E só agora acho que consigo fazer poesia.

View All Articles