
Governo do Ceará entregou 329 novas viaturas para as forças de segurança que compõem o Sistema de Segurança na segunda-feira. (Foto: Evilázio Bezerra-O POVO)
Fortaleza – Sim, o Ronda do Quarteirão acabou. O Governo do Ceará pode até dizer o contrário, mas, a rigor, virou passado. As novas viaturas já nem trazem o nome “Ronda”. Hoje, ainda chamam a unidade de Batalhão de Policiamento Comunitário. Entretanto, é só uma marca. Faz o policiamento ostensivo de sempre.
Haveria um constrangimento político para o Governo Camilo assinar o atestado de óbito da principal bandeira da segurança na Era Cid Gomes (2007-2015). Então, pratica-se a fórmula da desidratação.
Sabe como era antes o Ronda – embora usassem Toyota (apenas um trocadilho homófono)? As pessoas recebiam em casa folhetos com nomes e fotos dos policiais do quarteirão. Havia um telefone celular a bordo, para o qual o cidadão podia ligar.

Viatura nas ruas: o nome é Ronda do Quarteirão, mas só o nome (Foto: Mauri Melo-O POVO)
Na época, havia relatos de gente que descia do ônibus e ganhava escolta até em casa. Tudo isso se foi. As SW4 (que o senso comum chama de Hilux) já saíram da garantia e estão por aí nas oficinas não-autorizadas.
Hoje, o Governo fala em novas idéias na segurança e apresenta como principal ativo o Raio – um modelo de patrulhamento com motos lançado ainda no Governo Lúcio Alcântara (2003-2007). No começo, todos os carros eram iguais, como símbolo da integração. Isto também acabou.
O Ronda acabou.
E começou? Enquanto forma efetiva?
Faz é tempo. No início passavam pela minha rua pelos menos duas vezes ao dia. Há muito que não vejo mais policiamento circulando pelo bairro. Com apenas seis meses de operação o governo já começou a sentir no bolso o custo de manutenção daqueles carros com a troca dos pneus. Com o tempo os carros iam se envolvendo em acidentes e o custo do reparo era altíssimo. Passaram a ficar mais parados sem gastar combustível e pneus. Aquela megalomania do Cid com as Hilux só serviu para encher de grana a concessionária local New Land que vivia lotada de viaturas para manutenção e consertos.