Washington – Sobre o Encontro Trump e Bolsonaro: 49% dos empresários não esperam resultados concretos comerciais no curto prazo, aponta pesquisa da Câmara Americana no Brasil (Amcham Brasil) 

A pesquisa da Amcham Brasil ouviu 252 presidentes e diretores de diversos setores e empresas em todo o Brasil. A divulgação acontece nesta terça-feira, dia da agenda oficial entre os dois presidentes. 

Conforme a pesquisa, há reconhecimento do esforço do novo Governo em estabelecer uma nova relação bilateral Brasil-EUA.

Há clareza de que os empresários brasileiros não esperam que a visita do presidente Jair Bolsonaro gere, no curto prazo, medidas concretas que reforcem o fluxo comercial entre os dois países. 

A intenção do presidente Bolsonaro de se aproximar dos Estados Unidos é vista como concreta para a maioria dos executivos. Vejamos: 86% acreditam que o governo brasileiro está empenhado em uma real aproximação. 

Dos que se mostraram otimistas, 49% acham que a visita de março ainda não trará efeitos concretos no fluxo comercial, mas 37% acreditam que o encontro resultará em ações práticas. 

Outros 12% se mantiveram neutros e disseram que ainda é cedo para avaliar os efeitos.

“A pesquisa mostra uma expectativa realista em torno de ações e entregas intermediárias que lançam as bases para entendimentos duradouros. Precisamos de medidas à curto prazo para trazer um novo folego de diálogo a relação e aquecer negociações para conquistas amplas e ambiciosas. A intenção de um acordo comercial pode até parecer em discurso dos dois presidentes, mas sabemos que ela é completamente dependente desse entusiasmo comercial e bilateral renovado à curto prazo”, explica em nota Deborah Vieitas, CEO da AMCHAM BRASIL.

A AMCHAM é a maior Câmara Americana de Comércio entre 114 existentes no Mundo. 

Deborah integra a delegação, em Washington.

Outro dado: 26% votaram em um Acordo de Livre Comércio como tema principal. Outros 22% acharam que o fim da sobretaxa a produtos brasileiros no mercado americano é um assunto crucial, e 20% consideraram que um Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos não pode deixar de estar na pauta.

Acerca das semelhanças ideológicas e profissionais entre os dois presidentes, 38% apontaram o jeito de governar, dando destaque ao uso de redes sociais como o Twitter e o confronto constante com jornais e veículos de mídia tradicionais.

Para 31%, há mais afinidades na parte econômica, com iniciativas semelhantes e que buscam o crescimento nacional a partir de uma visão mais liberal da economia. 

Ainda: 23% responderam que há semelhanças nas posturas mais conservadoras de ambos, puxando para questões de moral e costumes em discussões políticas.

Sobre as áreas mais promissoras para investimentos brasileiros nos EUA, 21% mencionaram os setores de commodities agrícolas (laranja, café, por exemplo) e minerais (petróleo e gás). 

Sobre a entrada mais fácil nos EUA 

Os empresários acreditam que a reaproximação deve ser iniciada com a negociação do acordo de Global Entry – mecanismo alfandegário que facilita a entrada de executivos e investidores brasileiros em território americano – ficou em primeiro lugar na pesquisa nacional da Amcham, em 15/3, sobre o que o Brasil pode fazer para ampliar a cooperação bilateral com os EUA. 

Dos 252 executivos que participaram, 81 deles (32%) consideraram o acordo como o mais eficaz em curto prazo.

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Jocélio Leal

Editor-chefe dos núcleos de Negócios e Economia do O POVO- POPVeículos/ POP Imóveis e Construção/Empregos& Carreiras/ Editoria de Economia/ Colunista de Economia e Política no O POVO/ editor-executivo do Anuário do Ceará desde 2001/ Apresenta flashes do Blog nas rádios O POVO-CBN e Nova Brasil FM/ Apresentador da TV O POVO (Canal Futura)

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