Fortaleza – A campanha para reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC) começou já há algum tempo. Apenas legalmente o início se deu esta semana. Mas, em verdade, os candidatos serão avaliados pelo que são muito antes do processo eleitoral. Na Academia, por ironia, não há candidato de laboratório. O histórico de cada um dos nomes que compõem as três chapas inscritas é determinante para a definição da consulta à comunidade universitária e para a lista tríplice a ser aprovada pelo Conselho Universitário (Consuni).

Reitoria da UFC: três professores disputam o cargo de reitor (Foto: Aurélio Alves)

A consulta a professores, servidores e estudantes é carregada de simbologia. Quem vence leva consigo a legitimação por parte dos campi. De acordo com a Lei nº 9.192/95, regulamentada pelo Decreto nº 1.916/96, os votos possuem pesos diferenciados na apuração: 70% para o voto de professores, 15% para o de servidores técnico-administrativos e 15% para o de estudantes. Quando se é estudante, isto soa um absurdo. Mas é justo.

Mas a vitória não implica a ratificação de seu resultado pelo Planalto. Quem se lembra de 1992? Naquele ano, o professor Antônio Albuquerque de Sousa Filho foi carimbado como interventor pela militância estudantil contrária à sua nomeação pelo então presidente Collor. Este, contudo, não incorreu em nenhuma intervenção, visto que ao presidente é facultado o direito de nomear um nome da lista.

Os candidatos e seu trunfos

Antonio Gomes de Souza Filho, atual pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFC, tendo como vice Augusto Teixeira de Albuquerque, atual pró-reitor-adjunto de Planejamento e Administração entra no páreo como nome do reitor Henry Campos. Gomes tem bom conceito como gestor.

Custódio de Almeida, atual vice-reitor da UFC, tendo como vice Davi Romero de Vasconcelos, diretor do Campus de Quixadá, entra na disputa independente. Dissociado da Reitoria, que foi bastante contundente em notas oficiais na defesa do Governo Dilma, nos estertores da Era petista no Poder. Também tem bom currículo como gestor.

Cândido Albuquerque, atual diretor da Faculdade de Direito da UFC, tendo como vice o médico Glauco Lobo Filho, da Faculdade de Medicina, tem a favor um trunfo político. Dos três, é o que entra com perfil, digamos, mais trafegável com o Governo Bolsonaro. A grande aposta de Cândido é compor a lista tríplice.

A reunião do Consuni será em 20 de maio. Dela sai a lista a ser enviada ao Ministério da Educação (MEC). Do MEC, ou que sobrar dele depois desta gincana de crises em 100 dias, vai para a mesa do presidente. A votação dos conselheiros é secreta e uninominal. A Bolsonaro caberá a nomeação do reitor da UFC para o mandato 2019-2023.

ÁGUAS NA MÃO

A Agência Nacional de Águas (ANA) lança o aplicativo Hidroweb Mobile. Oferece dados de chuvas, nível e vazão dos rios do País. A ferramenta é gratuita e pode ser baixada para Android e iOS. No aplicativo é possível acompanhar dados coletados nas mais de 3 mil estações hidrometeorológicas gerenciadas pela ANA espalhadas pelo Brasil. Tem informações em tempo real. No Hidroweb Mobile, o usuário vê as plataformas agrupadas por proximidade. Com um zoom, aparecem as estações em suas localizações exatas e com ícones.

AS ESTRADAS

É sempre bom saber que os governos estão investindo em serviços de pavimentação, revestimento asfáltico, drenagem, obras d’arte correntes e especiais, sinalizações (horizontal e vertical) e proteção ambiental. Costumam ser utilizados recursos do Tesouro e de agentes de financiamento, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O que não é comum ver divulgado é em que condições as empreiteiras assinam os contratos e qual o grau de resistência das rodovias que o contribuinte paga.

NÃO É O POSTO, MAS O IMPOSTO

O consultor de petróleo e gás Bruno Iughetti demonstra: a estrutura de preços formada sobre um litro de gasolina vendido no Ceará leva em consideração uma carga tributária de 47%.

Os demais pesos são representados por 25% referente a gasolina propriamente dita; 12% referente a adição do etanol anidro e o peso de 16% à título de margem para a distribuidora e a revenda.

O preço médio mensal praticado, em fevereiro, pela Petrobras para a gasolina (sem tributos e sem a adição de Etanol Anidro) no polo Fortaleza foi de R$1,5394 superior aos preços praticados em Suape (PE), Guamaré (RN) e Cabedelo (PB) o que explica os valores médios praticados pela revenda de R$ 4.247, após todos os encargos mencionados bem como os 2% incidente no ICMS à título do Fundo Estadual de Combate a Pobreza – Fecop.

“Fica claro que o grande vilão nesta estrutura reside na tributação. Como se comenta, o problema não é o posto e sim o imposto….”

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Jocélio Leal

Editor-chefe dos núcleos de Negócios e Economia do O POVO- POPVeículos/ POP Imóveis e Construção/Empregos& Carreiras/ Editoria de Economia/ Colunista de Economia e Política no O POVO/ editor-executivo do Anuário do Ceará desde 2001/ Apresenta flashes do Blog nas rádios O POVO-CBN e Nova Brasil FM/ Apresentador da TV O POVO (Canal Futura)

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