Por Jéssica Gabrielle Lima*
Quem, quando criança, não teve o sonho áureo de um dia conhecer a Disney? Eu mesma tive por alguns segundos. Sonho esse que logo se dissipava pela realidade pé no chão de ter irmãos capricornianos e boletos atrasados.
Enfim, o tempo passou e descobri que existe uma espécie de Disney particular de quem ama livros e debater sobre temas além de textões de Facebook. A Flip – Festa Literária Internacional de Paraty, que já tá na sua 16ª edição, funciona como esse playground. Nesse ano, durante quatro dias, fiquei correndo para lá e para cá decidindo qual debate assistir ou qual fila para sessão de autógrafos ficar. Participar dessa festa é um privilégio, claro, porque para estar ali é necessário juntar um dinheirinho considerável. Tive a sorte de compartilhar essa experiência com amigas que tinham o mesmo sonho e desespero pelas promoções de títulos de livros.
Flip
A programação oficial da Flip reuniu nomes importantes da literatura e da política, mas o que chamou a atenção mesmo foram as Casas Off-Flip. Eram tantas que não consegui ver todas. Havia programação paralela todo o tempo e com debates mais acalorados, políticos e diversos da programação oficial: Djamila Ribeiro, Conceição Evaristo, Jaqueline Muniz, Jarid Arraes são alguns dos nomes que tive a chance de ver de perto e conversar nem que fosse um pouquinho.
Depois dessa experiência e da correria para conseguir pegar o voo de volta pra Fortaleza, ficou a vontade de voltar ano que vem e – quem sabe – com uma Casa própria.
*Jéssica Gabrielle Lima é fortalezense. Formou-se em Letras (UFC), trabalha como mediadora de leitura, revisora de textos e também como ilustradora. Em 2015, publicou o título [eu não me movo de mim], entre tantas outras zines. Adora história em quadrinhos autobiográficas. Já participou de exposições coletivas: Ilustra Porto (CE) e Rizoma (RS). É integrante do Aliás, selo editorial independente.