Por Antônio LaCarne*
Sereia no copo d´água é o novo livro de poemas de Nina Rizzi, lançado pela Edições Jabuticaba numa edição esmerada e que salta aos olhos, pois além do projeto gráfico primoroso, estamos diante de poemas que instigam o pensar, o refletir e o fazer poético.
Conheci Nina pessoalmente em 2014, no lançamento do meu livro Salão Chinês. Na época éramos também colegas de editora e, de lá, sempre procurei estar atento ao desenrolar de sua poesia, que tem se superado a cada nova publicação.
A personalidade de Nina evidencia que sua produção literária é uma constante. Através de sua fala, percebemos o brilho com que ela conduz a construção de uma poética que se intensifica no visual, no social, em pontos palpáveis ao existencialismo moderno. Ela consegue manter-se atenta e firme ao abordar nuances até então despercebidas dessa pós-modernidade que oprime e deprime.
A essência dos poemas de Nina transita no existir, no poder de existir, no poder de ter uma voz, utilizando-se de ferramentas objetivas (como a palavra) e subjetivas (a motivação/a inspiração/a verve) para expor a viabilidade que ela conduz.
Sereia no copo d´água exibe uma coleção de poemas que não só devem ser lidos em silêncio ou em voz alta. São poemas que devem ser investigados, tratados como um estudo do íntimo e um estudo de nós mesmos, do mundo que nos rodeia; pois ao guiar-se como íntima, ela traça caminhos universais, importantes, táteis.
Atenção especial ao poema que dá título à obra, quando ela escreve: “(…) ponho as mãos no coração/ só posso escutar o naufrágio correndo pelos olhos (…)”.
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Serviço
Lançamento de Sereia no Copo D’Água
Quando: quarta-feira, 24 de julho
Horário: a partir das 19 horas
Onde: Livraria Lamarca (Avenida da Universidade, 2475)
Entrada gratuita.
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Antônio LaCarne
É cearense, formado em Letras Inglês pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Autor de Elefante-Rei: Poemas B (CBJE, 2009), Salão Chinês (Patuá, 2014); Todos os poemas são loucos (Gueto Editorial, 2017) e Exercícios de fixação (AR Publisher, 2018). Participou das antologias “A polêmica vida do amor” (Oito e meio, 2011) “A nossos pés” (7Letras, 2017), “Golpe: antologia-manifesto” (Nosotros Editorial, 2017) e “Rotatórias” (Galeria Sem Título Arte, 2018).
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