Livros técnicos e acadêmicos têm lugar garantido na programação da Bienal Internacional do Livro do Ceará. A lista inclui ainda os clássicos Preconceito Linguístico, de Marcos Bagno; Por uma outra globalização, de Milton Santos; O segundo sexo, de Simone de Beauvoir; Quarto de despejo, de Carolina de Jesus; Maus, de Art Spiegelman; A interpretação dos sonhos, de Sigmund Freud; Mulheres, Cultura e Política, de Angela Davis; O Atlas do Corpo e da Imaginação, de Gonçalo M. Tavares; e Pedagogia do Oprimido, de Paulo Freire. A coordenação do espaço dedicado aos livros técnicos e acadêmicos é assinada por Fábio Delano.

A curadoria geral do evento é assinada pela escritora Ana Miranda, pela pesquisadora Inês Cardoso e pelo professor Carlos Vazconcelos. A entrada no evento é gratuita.

Lúcia Santaella debaterá sobre o livro Cultura e arte do pós-humano: da cultura das mídias à Cibercultura

“Quase todos os títulos selecionados estão comemorando aniversários marcantes – caso dos 50 anos de Pedagogia do Oprimido; dos 60 anos de Quarto de Despejo; dos 70 anos de O segundo sexo; dos 30 anos de Mulheres, Cultura e Política; ou do centenário A interpretação dos sonhos“, explica o material de divulgação.

Confira a programação:

“Cultura e arte do pós-humano: da cultura das mídias à Cibercultura”, de Lucia Santaella
Quando: 17 de agosto, 10h às 12h
Convidados: Lucia Santaella. Mediação de Fabio Delano

A obra é uma ampliação significativa do livro “Cultura das Mídias”, de 1992, cujas ideias são retomadas e aprofundadas. Santaella parte das mudanças decorrentes das novas tecnologias de informação e comunicação para contextualizar um novo momento da relação com as mídias e de que maneira isso inaugura uma nova cultura nas relações humanas.

“Preconceito Linguístico”, de Marcos Bagno
Quando: 17 de agosto, 14h30 às 16h
Convidados: Marcos Bagno. Mediação de Eulália Leurquin

Marcos Bagno

Publicado em 1999, o livro reflete sobre os preconceitos linguísticos praticados sem que se perceba. Mais do que uma análise estrutural da língua portuguesa, a obra discute as diferentes razões por trás das variações da língua materna. Professor do Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução da Universidade de Brasília, Marcos Bagno, é doutor em filologia e língua portuguesa pela Universidade de São Paulo. Atua mais especificamente na área de sociolinguística e literatura infanto-juvenil, bem como em questões pedagógicas sobre o ensino de português no Brasil. Em 2012 sua obra “As memórias de Eugênia” recebeu o Prêmio Jabuti.

“Pedagogia do Oprimido”, de Paulo Freire
Quando:18 de agosto, 10h às 12h
Convidados: João Figueiredo. Mediação de Fabio Delano

Escrita em 1968 e lançado em 1970, a obra é uma das mais importantes e conhecidas do educador e filósofo brasileiro Paulo Freire. Traz reflexões sobre uma nova forma de disseminar conhecimento entre educadores, alunos e sociedade, propondo uma renovação na estrutura “burocratizada” da educação. O autor é considerado um dos pensadores mais notáveis da história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado Pedagogia Crítica, que busca um maior protagonismo do estudante, por meio do fomento ao conhecimento, para uma análise mais crítica do mundo.

“Por uma outra globalização”, de Milton Santos
Quando: 19 de agosto, 10h às 12h
Convidados: Wagner Castro. Mediação de Ronaldo Lourenço

Lançado em 2000, é um clássico dos livros da Geografia. Nele, Milton Santos investiga o mistério da globalização e seus impactos no mundo. Título importante para entender melhor a comunicação e a diminuição das fronteiras entre os países como conhecemos atualmente. Geógrafo brasileiro com produção fundamental para esses e outros campos, Milton Santos deixou estudos técnicos e científicos que contribuíram para análise e compreensão de aspectos basilares do território brasileiro.

“O segundo sexo”, de Simone de Beauvoir
Quando: 20 de agosto, 10h às 12h
Convidados: Nina Rizzi. Mediação de Sara Divah

Nina Rizzi, escritora. (Foto: Bruna Sombra)

Lançado pela primeira vez em 1949, na França, é considerado um clássico feminista. Análise e conceituação feitas por uma mulher, à época, representava algo revolucionário. Responsável pela célebre frase ‘Ninguém nasce mulher: torna-se mulher’, Simone de Beauvoir era escritora, filósofa e professora. Revelou um pensamento à frente de seu tempo com ideias revolucionárias que dariam um dos pontos de partida para o movimento feminista e pela luta por direitos iguais entre homens e mulheres.

“Quarto de despejo”, de Carolina de Jesus
Quando: 21 de agosto, 10h às 12h
Convidados: Sarah Diva. Mediação de Fabio Delano

Escrito em 1960, o primeiro e mais conhecido livro da escritora Carolina de Jesus narra o cotidiano da escritora nas periferias da cidade de São Paulo, retratando a difícil vida de quem vive à margem da sociedade e dos serviços públicos prestado pelo Estado. A autora deixou um importante legado na literatura brasileira, por abordar uma realidade por tanto tempo ignorada na produção artística e intelectual do País.

“Maus”, de Art Apiegelman
Quando: 22 de agosto, 10h às 12h
Convidados: Jose Wellington. Mediação de Rebeca Albuquerque

Publicado pela primeira vez em 1980, a famosa história em quadrinhos assinada pelo escritor judeu norte-americano Art Spiegelman aborda o holocausto na Segunda Guerra Mundial, a partir de uma realidade zoomórfica, com personagens animais. Toda a história é narrada em forma de conversa entre o autor e seu pai, que participou ativamente de um campo de concentração na Polônia, durante a ocupação alemã no país.

“A interpretação dos sonhos”, de Sigmund Freud
Quando: 23 de agosto, 10h às 12h
Convidados: Ana Felicia Caracas; Marco Aurélio Ribeiro. Mediação de Leônia Cavalcante

Nesta obra que em 2019 completa 120 anos, Freud aborda os processos realizados pelo cérebro humano nos estágios pré-consciente, consciente, e inconsciente do sonho. O livro alcançou grande importância para o estudo no campo da psicologia. Conhecido mundialmente como “pai da psicanálise”, Freud tem em seu legado publicações de grande importância para o entendimento do subconsciente humano.

“Mulheres, Cultura e Política”, de Angela Davis
Quando: 24 de agosto, 10h às 12h
Convidados: Franciane Santos; Eduarda Talice; Cícera Barbosa. Mediação de Dillyane Ribeiro

O título reúne um compilado de discursos e artigos da autora, nos quais apresenta ideais em torno da luta por uma mudança social progressista, sob o recorte do ativismo negro e feminista. Nome fundamental do ativismo negro e feminino norte-americano, Davis se tornou símboloda militância nos anos 60. Em 2016, participou e discursou na Marcha das Mulheres contra a posse do presidente americano Donald Trump, enfatizando a resistência do movimento negro e a luta por direitos.

“O Atlas do Corpo e da Imaginação”, de Gonçalo M. Tavares
Quando: 25 de agosto, 10h às 12h
Convidados: Gonçalo Tavares. Mediação de Claudia Pires

Gonçalo M. Tavares

Lançada em 2013, a obra é um trabalho multidisciplinar, no qual Gonçalo Tavares percorre diversos assuntos e saberes, entre eles literatura, pensamento, artes, ciência, corpo humano e tecnologia. O escritor nasceu em Luanda (Angola), mas muito novo mudou-se para Portugal e atualmente é uma das maiores vozes do romance português, tendo recebido vários prêmios internacionais.

Serviço
XIII Bienal Internacional do Livro do Ceará
Quando: de 16 a 25 de agosto
Onde: Centro de Eventos do Ceará (avenida Washington Soares, 999 – Edson Queiroz)
Entrada gratuita

 

About the Author

Isabel Costa

Inquieta, porém calma. Isabel Costa, a Bel, é essa pessoa que consegue deixar o ar ao redor pleno de uma segurança incomum, mesmo com tudo desmoronando, mesmo que dentro dela o quebra-cabeças e as planilhas nunca estejam se encaixando no que deveria estar. É repórter de cultura, formada em Letras pela UFC e possui especialização em Literatura e Semiótica pela Uece. Formadora de Língua Portuguesa da Secretaria da Educação, Cultura, Desporto e Juventude de Cascavel, Ceará.

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