As bibliotecas Papoco de Ideias (Pan Americano), Biblioteca da Filó (Santa Filomena/ Jangurussu), Livro Livre Curió Biblioteca Comunitária (Bairro Curió/ Lagoa Redonda), Narcoteca (Pirambu), Biblioteca Bate Palmas (Conjunto Palmeiras), Biblioteca Comunitária Okupação (Antônio Bezerra), Livro Livre Quintal Cultural (Grande Bom Jardim), Biblioteca Viva (Bairro Barroso) e Viva a Palavra (Bairro Serrinha) correm o risco de fechar as portas definitivamente. O cenário de pandemia está colocando em risco a existência das instituições.
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Leia a carta das Bibliotecas Comunitárias de iniciativa Popular:
“Primeiramente é necessário dizer que somos bibliotecas comunitárias de iniciativa popular, ou seja, criadas por pessoas e coletivos sem vínculo com instituições, sem financiamento público ou privado.
Nossas Bibliotecas atendem a um número imenso de pessoas das periferias de Fortaleza, não apenas com empréstimos de livros, o que já seria uma ação grandiosa que nem uma instituição ou o próprio Estado consegue dar conta hoje, mas também com a realização de um calendário de atividades culturais tais como oficinas, cursos, orientações direcionadas. E dentro desse leque de atividades, inscrevemos jovens, adultos e coletivos em editais. E dessa forma levamos crianças para aulas de dança, teatro, fazemos expedições científicas de astronomia, promovemos saraus, festivais de poesias, organizamos atividades com jogos de tabuleiro.
Desenvolvemos um trabalho de orientação das comunidades em questões sensíveis como, por exemplo, dengue, a atual pandemia de corona vírus Covid-19, a importância da matrícula das crianças nas escolas, auxiliamos escolas públicas, comunicamos, transformamos a identidade negativa de nossas comunidades, buscamos desenvolver uma boa estima em ambientes de abandonos e violências, enfim procuramos transformar de forma positiva realidades propositadamente negativas ou sem perspectivas.
A maioria de nossas atividades são mantidas através do apoio daqueles que entendem que o serviço público que prestamos à cidade de Fortaleza poderia não ser desigual e que o acesso à informação seria bem mais difícil sem nossa existência. Muita gente sabe disso, acompanha de perto, doa dinheiro, livros, materiais de consumo e seu tempo.
Mesmo no meio dessa pandemia e principalmente no meio dela, não cessamos nossas atividades, tanto que estamos ligando para as pessoas que frequentam nossa sede, continuamos com as redistribuições nas comunidades das doações que chegam, estamos dando atenção às famílias das crianças que cuidamos o ano todo. De forma a prestar um melhor serviço à comunidade estamos ensinando as pessoas a se cadastrarem no programa de auxílio emergencial, somos o único território livre de politicagem de nossos bairros e por isso a confiança que emana do nosso trabalho nos faz uma referência.
Porém, nesse momento, corremos um grande risco com a falta de recursos para pagar nossos aluguéis, água, luz, os gastos com a manutenção das próprias bibliotecas e não podemos deixar de esquecer que somos trabalhadores da cultura.
Esta carta é um pedido de socorro para as pessoas, instituições, para todas e todos que possam fazer algo para nos ajudar a manter esses projetos, visto que o fechamento das bibliotecas comunitárias de iniciativa popular pode representar um grande desastre às populações menos favorecidas e sem acesso ao direito à cultura e aumentar as desigualdades de Fortaleza. Pedimos que olhem para nós de forma especial, pois passamos o ano todo olhando pelas pessoas que mais precisam nessa cidade”.