vestígios
Por Bruna Sonast*
1.
é que a poesia me queima
feita via-crúcis
do poema que me resta
do poema que é tudo que resta,
em mim.
2.
escrevo para não
precisar.
para que o que arranha
cá de dentro se
metamorfoseie
qualquer, subverta o
agora
como se as palavras
fossem exorcistas,
pausas, desmantelos.
escrevo e não preciso.
quieta e pequena
observo o tempo
escorrer
o tempo que ainda não
existiu, deXiste da falta
sentida, embala o som e
a fúria da gente.
escrevo e insisto.
desperdiçar palavras
como um último ato de
esperança, passo
incerto no chão do dia.
o fim da tarde é como
uma canoa em águas
rasas…
resisit(indo-se)
de m
i
m
***
Bruna Sonast
É poeta, escritora independente, pesquisadora na e pela linguagem-vida. Tem graduação em Letras e mestrado em Linguística Aplicada pela Uece. Compõe a coletiva de mulheres @barrosaspoesia e o editorial da revista virtual “A biblioteca de dia”. Participou com poema da coletânea “Sarau da B1: com os poetas de lugar nenhum” (2016).
Serviço
vestígios
Bruna Sonast
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brunasonast77@gmail.com e/ou Instagram: @bsonast