O Slam do 13, coletivo que está próximo de completar nove anos de realização ininterrupta de batalhas de poesia falada, anuncia o lançamento do seu primeiro livro A poesia é quem vence, com a participação de 55 poetas independentes. A obra, que está sendo publicada pela editora Baderna, faz parte do projeto contemplado pela 5ª edição do edital de fomento à Cultura da Periferia, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.

O lançamento da antologia ocorre na sexta-feira, 26, às 18 horas, na Casa das Rosas, com entrada gratuita.

O título da obra é uma alusão ao poema/lema do Slam do 13, que traz os versos “o espaço é aberto, entre, toda última segunda do mês, todo coração aberto tem vez, a poesia é quem vence, sempre!”. Essa é uma forma que o coletivo encontrou, no início dos trabalhos, de atenuar a questão da competição, existente no slam – ou batalhas de poesia falada – transformando-a em uma forma saudável de disputa e evidenciando a grandeza e a beleza do evento em si.

“Independente do resultado, o que importa é a integração, o encontro, as trocas estabelecidas através da palavra, nesse lugar de fala e, principalmente, de escuta que é o slam”, dizem os coordenadores do coletivo.

Além dos 55 poetas que compõem o livro, a obra traz também um compilado de fotos dos quase nove anos de história do coletivo, que foi o primeiro do país a promover batalhas de poesia falada em um terminal de ônibus, da Zona Sul de SP. No lançamento, a programação prevê a apresentação do livro e vai contar com o microfone aberto para a poesia e a música dos autores do livro e também do público presente.

Slam do 13

O Slam do 13 é uma batalha de poesia falada que existe há quase nove anos, realizada mensalmente na plataforma do Terminal Santo Amaro – Metrô Largo Treze (linha lilás). Os eventos do Slam do 13 começam sempre com o microfone aberto, para as pessoas que não quiserem batalhar participar também, em seguida iniciam-se as batalhas.

Particularmente, o Slam do 13 promove duas competições na mesma noite, o 13inho (poemas autorais de até 13 segundos); e o 13ÃO (poemas autorais de até 3 minutos), ambas são decididas em três rodadas eliminatórias. No final do ano, todos os poetas que venceram alguma das edições, se enfrentam em uma batalha final, para definir quem será o 13inho e o 13ÃO do ano, que ganham vaga para o SlamSP.

Ao longo da história o coletivo já trabalhou em parceria com a Prefeitura de São Paulo, SESCs (Interlagos, Registro, Pinheiros, Campo Limpo e Santo Amaro) Nike Battle Force e RedBull Station. Em todas essas edições especiais, realizadas com apoio de algum parceiro, o Slam do 13 contrata um time de poetas pra batalhar, dando prioridade aos artistas que já frequentam a comunidade, para de alguma forma fechar esse círculo de fortalecimento e também retribuir minimamente pelo apoio que recebe. Além disso, nas edições oficiais há sempre um artista convidado, que recebe uma ajuda de custo para se apresentar, divulgar e comercializar seu trabalho.

Lei de fomento – e partilha

Em 2021, o projeto foi contemplado pela 5ª Edição Da Lei De Fomento à Periferia, com vigência de 1 ano e meio de parceria com a secretaria municipal de cultura de São Paulo. Com isso, o coletivo vem conseguindo garantir minimamente uma possibilidade de trabalho remunerado para poetas independentes, que fazem parte da comunidade do Slam do 13. Ao longo do último ano, mais de 50 poetas foram contratados, com cachês que variam de 200 a 500 reais, a depender da atividade que participam. Além disso, o projeto garante também uma ajuda de custo mensal a todos os integrantes do coletivo.

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Colaboradores LDB

Colaboradores do Blog Leituras da Bel. Grupo formado por professores, escritores, poetas e estudiosos da literatura.

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