"Os namorados", de Hélio Rôla

"Os namorados I", de Hélio Rôla

De Hélio Rôla, recebi a Rolanet abaixo, com a ilustração acima. Aproveitei até o título.

A propósito: normalmente concordo de prima com o pensador da Lagoa Redonda, mas neste caso, deixo dois questionamentos.

1. Diferentemente de Hélio, depois de tantas promessas da Prefeitura em confrontar os males urbanos, prefiro esperar para ver – antes de qualquer congratulação.

2. O Hélio se queixa do barulho musical em um equipamento – o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura – construído para receber eventos ao ar livre [a Praça Verde, é fato, é adaptada para receber shows, pois seu uso original não seria esse], mas no Dragão  existe um auditório aberto capaz de fazer tanto barulho quanto.

2.1. Portanto, a pergunta é: deve-se proibir eventos em qualquer lugar que possa provocar barulho ou há de haver algum tipo de mediação dependendo do local?

Segue a Rolanet:

«A contaminação do viver humano com lixo acústico degrada a saúde pública e o convívio social.

…pelo que dizem, ultimamente, as notícias faladas, escritas e televisivas é indiscutível que a Semam [Secretaria Municipal do Meio Ambiente] desenvolve um excelente e pertinente trabalho, com base na lei e pulso forte- muito bem! – objetivando atenuar a poluição sonora que infelicita a cidade de Fortaleza, uma cidade que, há mais de 20 anos, foi tomada de assalto e arrastada pela indústria do entretenimento pirata, “out law”, sem alvarás e outras exigências legais. Mas, sempre com a inconsistente desculpa “oficial” de que se tratava de “cultura”, de “turismo”, de “oportunidade de emprego e renda” e etc…O resultado é essa barbárie que aí está. Quem são os artífices e também vítimas dessa tragédia? A PMF não tem como ficar de fora dessa responsabilidade… ou tem?

Muito bem, entretanto, seria politicamente correto e esperado se ela, a PMF, nessa cruzada, também desse conta da poluição sonora resultante dos “movimentos culturais” em que ela aparece como promotora ou co-promotora de eventos superdecibélicos… O caso mais recente e eloquente foi a Feira da Música que, poucos dias atrás, (20, 21, 22 2 23/08) se realizou, note-se: a co-promoção da Coelce, durante um fim de semana inteiro no Centro Dragão do Mar… Digo isso, porque estive lá, numa tarde daquelas, visitando, como qualquer turista ou visitante local, a excelente mostra do fotógrafo José Albano e me senti bastante incomodado, junto com outros visitantes, com o excessivo som (de infindáveis ajustes e ensaios…) que emanava de uma montanha de caixas de som instaladas em um super-palanque montado na exígua Praça Verde… Um amigo que mora nas imediações me disse que durante os 4 dias do evento somente conseguiu dormir depois das 4 horas da madrugada… Na sexta-feira, de tarde, 21, estive lá mais uma vez e decidi ver de perto “aquela arrumação” cultural… E, como quem não quer e querendo, perguntei a uma das pessoas que, diligentemente, dava os toques finais na parafernália sonora, quantos decibéis aquela geringonça seria capaz de produzir e jogar em cima do povo… “Arrochando, uns 125 decibéis,” foi o que ele me respondeu… Meus Deus, quanto barulho! Saí dalí pensando no dimensionamento da relação entre tanto som e a exiguidade da Praça Verde, naquele espaço de animação cultural…. O que diz a Semam? Com a palavra a PMF…

Saudações da pARTE do Hélio Rôla

No maior silêncio…»