O prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), disse com exclusividade ao Blog Política nessa terça-feira, 11, que, por enquanto, a disputa pelo Palácio da Abolição não está entre os planos. Ele deixará a Prefeitura de Fortaleza após as eleições municipais de 2020, quando tentará fazer sucessor.

“Eu só penso, honestamente, do fundo da minha alma, em uma coisa: entregar uma cidade mais bem estruturada, com acesso mais ampliado, com a educação com melhores indicadores. Entregar uma gestão com um legado é o meu único projeto de vida, mesmo”.

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Questionado se isto é, definitivamente, um “não” à eventual corrida eleitoral, ele disse tratar-se do único plano a curto prazo que tem.

Projetou que, terminado o segundo mandato, terá tempo para a esposa e filhas, além de ler, refletir e escrever. “Faz bem a minha mente e certamente vai orientar o que fazer num futuro melhor”.

Em 3/4/2017, nas Páginas Azuis, o líder do grupo político de Roberto Cláudio, o candidato derrotado à Presidência, Ciro Gomes (PDT), disse que depois de Camilo, ainda não reeleito, Roberto Cláudio era o mais preparado para o posto. “Fatalmente está construindo um caminho que faz dele o predileto nessa fila”, disse o ex-ministro.

Bolsonaro presidente

Ao elogiar a redução de secretarias e cargos comissionados realizada pelo governador Camilo Santana (PT), o prefeito disse que ninguém sabe como irá a economia do País a partir de 2019.

Ponderou, todavia, que torcerá por bom governo de Jair Bolsonaro (PSL). “É procurar fazer oposição construtiva, sem querer que dê errado”.

Destacou ainda a posição de governante. Disse que buscará parcerias administrativas em Brasília, buscando financiamentos para boas ideias. Aposta que o trânsito na capital federal será facilitado com o auxílio do senador eleito, Cid Gomes (PDT).

“Terá papel de muita força e influência política em Brasília. É certamente com quem irei mais contar”, disse. Cláudio destacou que também manterá diálogo com o senador Tasso Jereissati (PSDB), “que vem sendo parceiro importante do Município”, e Eduardo Girão (Pros). O chefe do Executivo municipal diz também que buscará a bancada do PDT na Câmara dos Deputados.

Rompimento com Eunício?

“Essas coisas às vezes são sintetizadas com uma palavra (rompimento). Eu não diria ‘estou em rompimento’.  Eu fiz uma crítica e fiz uma crítica defendendo não o meu interesse, mas o interesse da nossa cidade, do eu acho legítimo, do que eu acho justo. Há, de fato, uma interferência pessoal do senador que preside o Senado, que representa o Estado, para obstruir investimentos para a cidade e, honestamente, acho que esse não é o papel mais republicano, mais correto, né? Mas já fiz essa denúncia pública porque é minha obrigação e vamos aguardar o que irá acontecer.”

Quando Cláudio criticou Eunício, o senador reagiu afirmando que não aceita que ninguém transfira a “incapacidade de gestão para alguém que só contribui com Fortaleza”. Ele atribuiu a própria derrota ao abandono do prefeito. Complementou garantindo que jamais faria vingança político por não ter sido reeleito, “mesmo com traidores”.  O prefeito,então, se fosse falar sobre traição, teria longo tratado a fazer sobre o presidente do Senado Federal.

 

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Carlos Holanda

Repórter de Política do O POVO

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