O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que quem discorda da “necessidade” de reformar a Previdência social deveria “ser internado”. A declaração veio durante a reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da Câmara dos Deputados. Durante toda a reunião, nesta quarta-feira, 3, o clima entre deputados federais e o economista tem sido “quente”.

Ministro Paulo Guedes durante reunião na CCJ da Câmara dos Deputados (Foto: TV Câmara / Reprodução)

“A ideia dessa reforma é quase que como dizer assim: ‘o quanto você se sacrifica por gerações futuras?’”, afirmou, comentando em seguida que a proposta seria fundamental para o Brasil.

“Sinceramente, quem acha que não é necessária (a aprovação da reforma da Previdência), é um problema sério. É caso de internamento. Tem que internar”, disparou Paulo Guedes.

De imediato, os deputados presentes reagiram negativamente às afirmações do ministro, causando burburinho e interrompendo a reunião. Tentando acalmar os ânimos, o presidente da CCJ, deputado Fernando Francischini (PSL-PR), pediu “tranquilidade” aos colegas. “Vamos aguardar o ministro acabar sua fala”, solicitou, sendo emendado por Guedes.

“Eu não estou dizendo…”, repetiu o ministro por sete vezes, até ser cessado por falas diversas dos parlamentares. Após Francischini ameaçar encerrar a audiência pública, o chefe da economia do Governo Bolsonaro prosseguiu: “Eu não estou dizendo que tem que internar quem não aprovar essa reforma. Estou dizendo que tem que internar quem não entender que precisa haver uma reforma”, ponderou, até ter o discurso novamente cortado pelos deputados.

O presidente da CCJ uma vez mais exigiu decoro e a nova pausa foi superada.

“Eu jamais diria que tem que internar alguém porque discorda de mim. Eu estou dizendo o seguinte: existe um déficit e usei uma forma de expressão”, completou Guedes.

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Wanderson Trindade