Tema que mais barulho tem feito na campanha, a participação de Capitão Wagner (Pros) nos motins da Polícia Militar foi assunto da sabatina desta sexta-feira, 23, na rádio O POVO CBN.

Questionado pelo jornalista Carlos Holanda se não teria participado da paralisação de fevereiro deste ano, Wagner respondeu: “Mediei os interesses da cidade”.

Holanda perguntou, então, se ele não criticava a postura de seus aliados, o deputado estadual Soldado Noélio (Pros) e o vereador Sargento Reginauro (Pros), que participaram ativamente do movimento. “Critico sim”, respondeu ele. “Até porque meu posicionamento interno e externo foi contra o início do movimento. Eu achava que o movimento não tinha fundamento. Eu achava que não era momento para que aquilo acontecesse”. Uma vez iniciada a paralisação, Wagner afirmou ter sido contra a continuidade.

Relembre o motim de 2020

Relembre paralisação de 2012

Diferença em relação a 2012

Ele foi questionado sobre o porquê da mudança que destaca na postura em relação a 2012. Arrependeu-se daquele momento que o projetou na política? “A gente amadurece. De 2012 para 2020 foram oito anos. De 2012 até aqui a gente amadureceu muito”, afirmou Wagner.

“Eu entendo que o movimento que aconteceu em 2012 aconteceu por conta das circunstâncias. Policial trabalhava 92 horas semanais, não tinha direito a auxílio alimentação e não tinha diálogo”, argumentou. “Já em 2020, o governador abriu um canal de diálogo. Ao final das conversações, não chegamos ao que os policiais queriam, mas eu fui, me posicionei dizendo que era o melhor que poderia ser concedido e era contra o movimento. Apanhei muito porque me posicionei contra o movimento”, explicou.

Ainda sobre sua posição em 2020, Wagner expôs motivos para ser contra: “Eu entendia que, pela abertura do diálogo, pelo que estava sendo oferecido, pela preocupação com os próprios policiais que poderiam perder seus empregos, tem mais de 300 policiais respondendo a processo, e pelo mal que causaria à cidade o movimento. E logicamente também a questão eleitoral era um ponto a ser tratado. Como líder das pesquisas, eu era o menos interessado.”

O candidato foi questionado sobre o post esta semana no qual criticou falta de diálogo por parte do governo. Em 20 de outubro, ele publicou: “Interessante o governador falar em assumir. Quando os índices de violência caem, mérito dele. Quando sobem, culpa dos outros. E o Ceará segue no topo do ranking da violência. Ele não dialogou. O cacique do seu grupo jogou uma retroescavadeira nas pessoas. No meu mandato, vamos escutar todos.” Ele foi questionado se não era injusto dizer que não houve diálogo, pois ele reconheceu as negociações. Wagner afirmou que não falava do atual governo, mas do momento de 2020.

“Aí eu não falei do Camilo, eu falei na verdade do Cid. O Cid pegou uma retroescavadeira e quis passar por cima dos policiais, agravando até uma situação e colocando a vida dele em risco”, justificou Wagner.

Wagner bateu bastante no episódio no qual o senador Cid Gomes (PDT) avançou com retroescavadeira contra quartel policial em Sobral e acabou baleado. Indagado se não achava errado policiais fazerem movimento armados e mascarados, ele respondeu: “É sim, equivocado”.

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Érico Firmo

Colunista de Política e editor do O POVO

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