O tempo médio de atraso é de 64 dias e a principal justificativa para o não pagamento das dívidas é o desequilíbrio financeiro. (Foto: Divulgação)

De acordo com a pesquisa, a queda do percentual de endividados é ainda maior se comparado ao mesmo mês do ano passado, 14,5 pontos percentuais. Em março de 2018, o índice era de 71,7%

Em março, a Pesquisa do Endividamento do Consumidor de Fortaleza revela diminuição no número de pessoas com dívidas em atrasos e aumento no número de fortalezenses que não terão condições financeiras de pagar seus débitos. Neste mês, o endividamento caiu 3,3 pontos, passando de 60,5%, em fevereiro, para 57,2%, em março. Já o percentual de inadimplentes subiu 0,3 pontos, passando de 8,2%, em fevereiro, para 8,5% em março. O levantamento é realizado pela Fecomércio Ceará, por meio do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará (IPDC).

A proporção de consumidores com contas ou dívidas em atraso diminuiu -0,4 pontos percentuais, passando de 20,7% dos consumidores, em fevereiro, para 20,3% neste mês. Os problemas financeiros afetam mais as mulheres (22,4% dos entrevistados desse grupo afirmaram possuir contas em atraso), os consumidores do grupo com idade acima entre 25 e 34 anos (22,7%) e do estrato com renda familiar abaixo de cinco salários mínimos (21,5%).

O perfil do consumidor inadimplente mostra preponderância do grupo de consumidores do sexo feminino (inadimplência potencial de 9,8%), com idade entre 25 e 34 anos (9,9%) e renda familiar inferior a cinco salários mínimos (9,5%).

O tempo médio de atraso é de 64 dias, sendo o desequilíbrio financeiro a principal justificativa para o não pagamento das dívidas – a diferença entre a renda e os gastos correntes – citado por 59,0% dos consumidores. O segundo motivo mais citado é o adiamento por conta do uso dos recursos em outras finalidades, com 30,6%, seguido da perda de prazo por esquecimento (11,8%).

Comprometimento da renda
Os instrumentos de crédito mais utilizados pelos consumidores são: cartões de crédito, citados por 75,3% dos entrevistados; financiamento bancário (veículos, imóveis etc.), com 13,0%; empréstimos pessoais, com 8,9%; carnês e crediários, com 7,8%; e cheque especial, com 3,1%.
O consumidor utilizou o crédito para:

• Consumo de itens de alimentação (48,0% das respostas);
• Realização de despesas de educação e saúde (40,4%);
• Aquisição de eletroeletrônicos (34,3%); e
• Compra de artigos de vestuário (32,1%).

O valor médio das dívidas é estimado em R$ 1.465, com prazo médio de oito meses, comprometendo 35,5% da renda familiar dos consumidores com o seu pagamento.

Orçamento familiar
A Pesquisa de Endividamento também revela que 76,7% dos consumidores de Fortaleza afirmam fazer orçamento mensal e acompanhamento eficaz dos seus gastos e rendimentos, o que contribui para um melhor controle dos níveis de endividamento. Dos entrevistados, 14,2% relataram que fazem orçamento dos rendimentos, mas sem controle eficaz dos gastos, e 9,1% informaram não possuir orçamento e tampouco controle dos gastos.

A falta de planejamento orçamentário é um problema crítico para o controle do endividamento, estando sempre entre um dos principais motivos para o atraso ou inadimplência. Dos fatores que os consumidores consideram que mais contribuem para esse problema, listam-se:

• A falta de orçamento e controle dos gastos, com 64,1%;
• As compras por impulso, sem necessidade ou além do necessário, com 19,6%;
• Desemprego, com 17,8%;
• O aumento dos gastos considerados essenciais, com 17,7%;
• Redução dos rendimentos, com 12,7%;
• Gastos imprevistos, com 6,1%; e
• Compras antecipadas, com 5,0%.