A solenidade de assinatura do Comitê Consultivo Intersetorial da Chapada do Araripe – Patrimônio da Humanidade aconteceu em Nova Olinda e contou com a presença de Maurício Filizola, Presidente do Sistema Fecomércio CE, dentre outras autoridades (Foto: Jr. Panela)

Atividades e ações promovidas pela instituição ao longo dos últimos anos já resultaram, por exemplo, na criação do Comitê Consultivo Intersetorial da Chapada do Araripe – Patrimônio da Humanidade. A solenidade de assinatura aconteceu na última quinta-feira, 20

O Serviço Social do Comércio do Ceará (Sesc/CE) dá um passo para transformar a Chapada do Araripe como Patrimônio da Humanidade. No último dia 19 de dezembro, a instituição realizou, na região do Cariri, uma série de ações que integram a campanha de reconhecimento junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico e Nacional (Iphan). A ideia das atividades é seguir dialogando com a comunidade e demais instituições envolvidas sobre a importância cultural, natural, histórica e artística que se estabelece neste território, além de discutir aspectos teóricos e práticos para alcançar este reconhecimento.

Como criador e pioneiro do movimento para a transformação da Chapada em Patrimônio da Humanidade, o Sesc esteve presente, em Nova Olinda, na Conferência Internacional sobre Patrimônio da Humanidade. O encontro, que contou com a palestra da Professora e Dra. Maria da Conceição Lopes, da Universidade de Coimbra, discutiu os passos a serem tomados para a inscrição da Chapada na lista do Iphan.

Outro marco tomado a partir do esforço do Sesc com essa causa foi a assinatura do decreto nº 333.341, que cria o Comitê Consultivo Intersetorial da Chapada do Araripe – Patrimônio da Humanidade, formado por representantes de órgãos e instituições, como o próprio Sistema Fecomércio, Fundação Casa Grande, Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos – Aquasis, Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, e outros. A posse do comitê aconteceu também no dia 19 de dezembro e contou com a presença de Maurício Filizola, presidente do Sistema Fecomércio, Izolda Cela, vice-governadora do Ceará, dentre outras autoridades.

Valorização do patrimônio

Não é de hoje que o Sistema Fecomércio volta os olhos para o Cariri. De forma pioneira, a instituição desenvolve uma série de atividades na região, valorizando as tradições, a cultura, a história, a memória e as riquezas naturais da região. Em 2019, por exemplo, houve a 21ª edição da Mostra Sesc de Culturas, consolidada como um dos maiores projetos de difusão das artes, que este ano contou com mais de 300 atividades gratuitas em 23 cidades do Cariri, protagonizadas por mestres da cultura, brincantes, artistas locais e de outros estados.

Outra iniciativa para manutenção e transmissão da cultura popular é o Projeto Museus Orgânicos, que tem como principal premissa estabelecer um vínculo entre o legado histórico do saber dos mestres e onde inicia e reside a tradição: suas moradas. Assim, suas próprias casas se transformam em lugares de memória e de afeto, permeados de fotografias, vestimentas, instrumentos e tudo que marca o cotidiano desses mestres. Para além dos objetos pessoais, os Museus Orgânicos mostram aos visitantes o bem mais precioso, embora intangível, que é o saber.

Vale destacar a realização do I Seminário Internacional Patrimônio da Humanidade Chapada do Araripe, que aconteceu de 6 a 9 de agosto de 2019 nas cidades de Juazeiro do Norte, Crato e Nova Olinda, contando com mais de 300 inscritos. O evento contou com a presença de agentes culturais da região, mestras e mestres da cultura popular, palestrantes internacionais e nacionais, como pesquisadores de Marrocos e Portugal, além de representantes institucionais, tanto do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico e Nacional (Iphan) como da Associação de Gestores Culturais do Algarve, entre outros.

“Ao longo de mais de 70 anos no Ceará, atuamos no desenvolvimento social com atividades em diferentes campos de ação. E no Cariri, claro, não poderia ser diferente. Tratando a cultura de tradição, as belezas naturais e a história como parte integrante da expressão humana, somos precursores no reconhecimento das inúmeras potencialidades da região. E é assim que seguiremos nossa atuação ao longo dos próximos anos. No que depender da gente, todos os esforços para transformar a Chapada do Araripe como Patrimônio da Humanidade serão realizados”, explica  Maurício Filizola.