O Belvedere, a máquina de hardcore canadense, está de volta em grande estilo. Rápido, cheio de melodias e dando aula de como fazer hardcore fugindo do óbvio.

“The Revenge of Fith” traz 12 músicas distribuídas em 33 minutos fazendo tudo para agradar os velhos fãs, que não viam algum trabalho da banda há 12 anos, e acertando em cheio os fãs da atual geração do hardcore.

Poucas bandas no mundo fazem tão bem o estilo melódico e cheio de partes complexas como o Belvedere. O novo baterista Casey Lewis assumiu com extrema competência o lugar de Graham Churchill.

“Shipwreck” abre o disco de forma rápida, urgente, para dar todos os sinais que os próximos minutos serão aulas de musicalidade e harmonias na velocidade que o hardcore permite. Uma boa nostalgia para os fãs antigos da banda. “Hairline”, que teve vídeo divulgado antes do lançamento do disco, puxa para um lado mais pop na intro e cai no peso de um riff super bem construído aliado ao excelente refrão. “Years” talvez seja a que mais representa o “velho” Belvedere do começo da carreira, seguida da porradaria “Transmissions” com os vocais do baixista Jason Sinclair, permitindo “calma” e melodia apenas no refrão.
“Delicastressin” talvez seja uma das faixas que melhor explicam o porquê do Belvedere ser uma entidade no estilo. A base forte, os riffs técnicos, bateria sem firulas, mas de extrema velocidade e técnica, as melodias vocais somadas aos gritos nas horas certas. A melhor faixa do disco!
“The Revenge of fifth” traz o maior momento instrumental do disco, com a dobradinha de guitarras no solo extremamente virtuoso.
“Red Pawn’s Rice” e “Achilles” seguem o disco sem a mesma qualidade das primeiras faixas, abrindo caminho para a volta da velocidade total em “The Architect”, outro grande destaque do álbum que lembra em muito bandas clássicas do estilo, principalmente a turma “old school” do hardcore da Califórnia.
“As Above So Below” tem apenas um minuto e compõe a reta final do disco com “Carpe Per Diem” e para fechar “Generation Debt”, porque um disco de extrema qualidade merecia algo diferente no final, algo que saísse um pouco da zona de conforto da banda, em que uma faixa mais lenta e arrastada encerrasse com chave de ouro um dos discos que com certeza será colocado entre os melhores do grupo.
O Belvedere cumpre com maestria o lema “Valeu a pena esperar” e ressurge forte para rodar, mais uma vez, os palcos e festivais do mundo da música com grande merecimento.